terça-feira, 7 de dezembro de 2010

"Antigamente, meus pequenos..."

  Esta tira eu vi num desses meus passeios por blogs de humor. Além da piadinha e da memória das histórias infantis, essa relação entre passado e presente me pareceu abrir um pequeno espaço pra reflexão. Aliás, o livro "O Pequeno Príncipe" (frase e imagem são referentes a ele) é vasto nesse quesito.
   "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Um princípio tão singelo e fundamental... Mas vem cá, quantos levam isso a sério? Ou melhor, quantos hoje em dia levam princípios a sério? Se nós pararmos pra pensar, a situação é muito complicada!
  Quantos desses malditos caras de hoje lembram que por trás de uma bunda existe uma menina, e que por trás dessa menina pode existir um pai preocupado em casa? Perderam a noção, tchê? Quantos desse babacas desses donos de bar pensam nas crianças e até na possibilidade de porventura existirem também os tais dos pais preocupados em casa, esperando os filhos, enquanto lhas vendem cerveja, cigarros e o raio que o parta? Há uma infinidade de exemplos, vocês sabem bem...
  As pessoas estão perdendo o tato, a ternura, os valores, as bases morais que mantiveram a sociedade, que mantiveram as estruturas de um mundo melhor de se viver em relação ao que antes fora. Não é normal! A sociedade é dinâmica, eu sei, mas não consigo definir isso como mera transformação, é decadência!
  Certo, "eu já sabia" (um bom e velho trecho bíblico :] ), mas a iminência do fato não é argumento suficientemente grande pra me permitir passividade. Nem pensar! Não quero contar histórias acerca de tempos melhores pros meus netos, de preferência, mas pelo rumo que as coisas vem tomando, parece inevitável. O individualismo é uma característica crescente, não há de se negar, e já hoje vejo poucos dispostos à prática de quaisquer atos que para si não sejam diretamente vantajosos, de alguma forma, mesmo que pelo mero reconhecimento.
  "Antigamente, meus pequenos, as pessoas se importavam até com outros!". hahah... ok, ok. Talvez não seja tão trágico (?), mas convenhamos, é bem preocupante.
  Siga princípios, exercite a ética, responsabilize-se pelos outros, honre a palavra! Esse mundo coberto de tapados precisa de uma vanguarda, afinal de contas. Então bora! Por que não?! :]

É só! Até, gurizada! o/

sábado, 4 de dezembro de 2010

No porão da alma

No Porão da Alma
"No porão da minha alma, um monstro à minha imagem e semelhança" - Fruto Sagrado.
  Uma torre do castelo estremeceu. O senhor do castelo, o rei Vortigem, da Bretanha, resolveu então verificar a origem do ocorrido. Dois magos, quando indagados, culparam os deuses, e propuseram que a eles fossem sacrificadas virgens para que os agora contínuos tremores cessassem.
  Insatisfeito, o rei mandou chamar o menino Merlin, que disse-lhe ser uma constante batalha entre dois dragões nas masmorras, a causa dos tremores.
  - E que dragões são estes, menino Merlin?
 - Um dragão é vermelho e outro branco, meu rei. O vermelho foi gerado por um mago bretão, e o branco por um mago saxão.
  - Mesmo? E que dragão vencerá?
  - O vermelho vencerá, majestade.
  Vortigem, sendo bretão, em muito alegrou-se! Mas o menino Merlin continuou:
  - O vermelho vencerá, mas quando o fizer, seu trono ruirá.

  Há um tremor na alma do homem, e raramente ele busca a sua origem.
  No seu peito há um castelo, e fica a seu critério escolher quem ocupa o trono. O trono, por sua vez, está diretamente ligado à batalha entre os dragões nas masmorras, no porão, no âmago da alma.
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No Porão da Alma

  Diz a lenda que dentro do nosso peito há uma luta sangrenta entre dois lobos.

  Um, o lobo escuro, finge lutar pelo bem-estar do dono, mas intenta frustrá-lo, destituí-lo do comando. Ele é naturalmente melhor habituado ao campo de batalha e tem a vantagem de não se importar em usar-se de golpes sujos, trapaças, covardias, blefes. Ele quer vencer, satisfazer os seus desejos egoístas, matar a fome.

  O outro, o alvo, é lúcido, menos habituado ao campo de batalha, mas quando sua vitória é desejada, seus olhos exalam a luta com muito mais fulgor. Ele segue um código, não se usa de covardia, mas às vezes sua grandeza é tamanha que subjulga o adversário de forma a não deixar chances de um contra-ataque à altura. Ele é forte e, sem interesses, luta pelo dono.

  Nesse embate, vence o lobo mais vigoroso. O que for melhor alimentado, terá maior força para derrubar o oponente. 
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No Porão da Alma
  No porão da alma, no âmago, na essência do que somos, existem dois monstros num embate. A nós cabe o favorecimento de um ou de outro, a opção entre o digno e o indigno.
  Para um homem de verdade, a escolha entre o que se quer e o que se deve fazer, deve ser uma escolha fácil, por difícil de cumprir que seja.
  O cristianismo é um caminho reto, e seus soldados não pegam atalhos.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Geração "Y"

  Meu pai escreve um artigo por semana para o jornal local "Opinião". Na minha opinião são artigos deveras muito bons, mas o aqui referido me agradou em especial.
  Eu havia planejado postar, meu irmão também, e ele foi mais rápido. Dado o fato, não há motivos para que a postagem não leve um link ao blog dele.
  Quem quiser comentar, portanto, comente lá. :P

É isso aí! Vale a pena ler, gurizada! Não por nada que ia parar no meu blog! :]
Boa leitura! o/
Para ler o artigo: Um Mirante Para Verstellen (clique aqui).

domingo, 7 de novembro de 2010

Estação de tratamento

  Ontem na reunião de jovens, em meio a um estudo de outro enfoque, foi comentado o fato de a salvação da alma ocorrer em suma da graça de Deus, e não das obras do homem. Mas cá entre nós, isso não é tão óbvio. Digo que não é em virtude de ser tamanho o número dos que simplesmente não compreendem a questão.
  Feito lá o comentário, eu admito que me perdi no assunto da reunião pra ficar divagando. Há tantas pessoas boas, caridosas, justas na medida do possível, tão melhores que alguns cristãos! Não me basta chegar a elas e dizer: “nada do que tu faz tem valor”.
  Bem, no fim das contas talvez a questão não seja um bicho de sete cabeças. Há atitudes que nos desagradam, com as quais nos incomoda conviver, da mesma forma que nos é repulsivo permanecer num local que cheira mal, e imagino que o pecado seja assim para Deus. Ele não é obrigado a conviver com isso e nem vai!
  É fato sabido que as obras não compensam o pecado, não o pagam. Elas não salvam, são conseqüência da nossa salvação. E a divagação foi pra tentar entender como isso funciona. Eu não sei se é bem por aí, mas pensei numa forma de exemplificar que talvez faça sentido:
  Água! Pegue o ser humano e torne-o água. Uma mínima quantidade lama, por pequena que seja, suja a água por completo. Você é uma água suja! É isso aí! A água nesse estado pode servir pra causas admiráveis! Com ela as plantas podem ser regadas e os animais podem ter seu sofrimento amenizado, sendo refrescados num dia quente, por exemplo. Vê? Tem valor! A água suja pode até ter usos louváveis, mas não deixará por isso de ser uma água suja, e água suja não pode circular nos encanamentos da casa. Tem seus usos, mas não serve pra estar na habitação de Deus. Todos os atos de bondade do mundo, no fim das contas, não seriam um meio de te absolver, de limpar essa lama dissolvida no âmago da tua alma.
  Salvação... E aí? O que um bocado de água deve fazer pra circular na habitação preparada por Deus? Regar plantinhas e refrescar animais é que não. Ela deve passar pelo filtro! Depois disso poderá fazer essas coisas e uma porção de outras mais. Quando essa água pensante arrepende-se de ter ido de encontro a toda aquela sujeira, terá à sua disposição o filtro.  Ele proporciona a oportunidade de a água deixar para trás toda aquela lama, para tornar-se potável. Cristo nos proporciona a oportunidade de deixarmos para trás o pecado e nos tornarmos aceitáveis, puros perante Deus. Assim como o peso da lama cai sobre o filtro, o peso do nosso pecado caiu sobre Cristo.
  Conviveremos com a essência pura de Deus uma vez que formos igualmente puros. Nascemos sujos, mas se formos limpos, absolvidos, filtrados, nos faremos aceitáveis! Até que é simples! :P
  Pra encerrar lembro que passar pelo filtro não é tão fácil. Envolve negação e tudo mais. É o caminho estreito :D, mas é o único caminho! E é recompensador! Nada como consciência de ser uma água cristalina, pura e aceitável ao Patrão.
  Deus abençoe vocês, gurizada! o/

Ticiano Castoldi

O "Efeito Halo"


 Edward Thomas Bastos, um psicólogo americano, foi quem desenvolveu o termo, durante a Primeira Guerra Mundial.
  Sempre pensei nisso, levei em consideração e tentei fugir - às vezes sem sucesso - desse dito "efeito halo". O conceito é velho conhecido da maioria, mas não o termo, e assim era comigo também. Me deparei com um pequeno artigo em um blog (não me pergunte em qual, infelizmente esqueci - -) que falava dos 10 bugs mais comuns do nosso cérebro, sendo este um deles. Não vou explicar as questões neurológicas que desembocam no efeito, mas vou me usar de uma simples questão moral.
  O termo basicamente se refere ao ato de julgarmos uma pessoa por atitudes isoladas, sem o devido contexto. Por exemplo: um empregado chega atrasado ao trabalho três dias consecutivos. Para o patrão, ele passará a ser considerado um empregado preguiçoso, que não gosta de trabalhar, enfim, um mau funcionário. Podem existir mil motivos para os atrasos, mil argumentos plausíveis, mas pouco importa o contexto, a imagem está construída na mente do chefe que preferiu levar em consideração esses fatos isolados.
  Obviamente construímos nossa imagem através das atitudes, e jamais devemos usar um argumento como esse se de fato erramos. Bom, e não há muitas outras formas de se construir uma imagem de alguém que não pelas atitudes, pelo comportamento, eu concordo. Mas creio ser coerente que sejamos cuidadosos ao julgar alguém seguindo esses critérios.
  Já ouvi de autoridades minhas expressões como: "só aceite a repreensão, não precisa se justificar", ou aquele "explica mas não justifica" (eu ainda tô pra entender a diferença entre os dois, quando há, afinal, uma justificativa). Oras, e se há uma justificativa, por que raios eu não deveria ter o direito de expô-la? É fácil repreender alguém que está abaixo de ti, mas chato parar para ouvi-lo. É, porém, algo necessário, justo e, eu diria, ético dar o direito de exposição dos fatos, bem como é ético buscar de alguém essa explicação quando deste formamos uma imagem possivelmente denegrida.
  Mas não cabe apenas a hierarquias. É algo a ser levado em consideração em todos os âmbitos dos nosso relacionamentos. Talvez Deus nos ame mais que nós uns aos outros por ver a essência, o que há de bom, de positivo no homem, e esse nobre ato de buscar antes ver o valor que há no próximo, deve estar diretamente ligado ao "amar", segundo Cristo fala. Há pessoas cheias de defeitos ao meu redor, mas tento fazer o exercício de lembrar das suas virtudes, da mesma forma que decerto os que me querem bem suportam esse mundo de defeitos que trago comigo. Essas virtudes que podemos priorizar nos outros podem ser às vezes algo tão 'épico' que os defeitos tornam-se fáceis de engolir. xP
  Ver o lado bom das coisas, das pessoas, eu consideraria um bom conselho. Não julgá-las precipitadamente deveria ser lei, eu diria.

Ticiano Castoldi

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Tempo fechado

"Hoje o céu está pesado, vem chegando o temporal"
Trata-se de algo mais engraçado que outros vícios... :P Há um trecho de uma música que resume algo que me cabe hoje dizer:
“Eu não quero te oferecer mais anestesia, porque descobri que na vida é necessário sentir” – Golgotha.

  Bem, não adianta explicar tudo o que se passava na minha cabeça e me fazia às vezes aparentar uma mente mecânica. Era tudo na busca por ser forte, independente... Além de isso eficientemente me enrobustecer, me fazia sentir um cristão melhor, daqueles fortes pra agüentar qualquer golpe que a vida e o mundo pudessem desferir. Um guerreiro genuíno, pelas minhas próprias forças. Aí, num dado momento, eu entendi que toda a essência do cristianismo é o amor – o triste é que isso não incluía só Deus, mas as pessoas também -, e tudo o que a Palavra traz está fundamentado nisso. Essa coisa me soou um tanto “melosa”, não muito característica da minha personalidade ou algo assim, sei lá. Mas se era pra ser bem paladino, eu tinha que criar coragem de ferir o meu orgulho também, e se o Patrão manda, bora! Que dificuldade... - -‘ E é um trabalho incompleto, ainda, diga-se de passagem. X]

  Antes de tudo, quero citar umas criaturas que me auxiliaram nesse processo, e de quebra agradecê-las: em Gramado houve uma larga cooperação indireta de todo o pessoal aqui de casa, do Jerônimo, do pessoal do Janz Team em geral, em especial do Werner, e uma cooperação absolutamente direta dos meus confidentes nessa área e, certamente na lista eterna dos meus melhores amigos, que deram uma mão inacreditável: o P.J. (colega de curso) e a Mai (colega de equipe). Igualmente pertencente a essa lista, ainda em Gramado entrou na jogada ninguém menos que a minha irmã de sangue (diz que não, pra ver!), Nathalia Lobo, que foi quem levou nas costas essa coisa toda de Encantado em diante, e definitivamente merece aqui um destaque.
Depender dos outros é complicado, mas tchê... Além de necessário, gratificante! :]

  Bom, eu tinha meus motivos, e milhares de vantagens. Falar de sentimentos não parece algo feito pra soar lá muito racional, então vamos a uma historinha, que pra mim fez sentido e exemplifica bem as coisas:

  Os sentimentos, o apreço, são como uma chuva forte, que cai constantemente e pra todos.
Mas eu tinha um guarda-chuva! Rá! >P... Furado... - -
Por ele descia um fio d’água, que até me molhava, mas não chegava a incomodar. A chuva não me atrapalhava, não encharcava as minhas roupas - tornando-as pesadas, limitando meus movimentos -, não me atrapalhava a visão, não fazia praticamente nada... Não incomodava, enfim. Ah, que maravilha! “Eu amo meu guarda-chuva”!  xP

  Bem, num belo dia eu percebi que a idéia da chuva era molhar, mesmo. Deus criou a chuva, e se agradava, portanto, dela. Ele a fazia cair sobre as pessoas, e pra isso deveria haver um motivo!
É... Eu, meio contrariado, percebi que mais honrado seria eu me deixar molhar e andar desajeitado feito todo mundo que ficar na segurança daquele bendito treco. Então eu olhei pros lados, e joguei ele no chão.

  “Filha da mãe! Que é isso?” Iueahoiuaehiouhaeo
  Bom, eu me molhei bonito! E foi meio frustrante. A chuva começou a me atrapalhar a visão, minhas roupas encharcaram, ficou mais difícil de andar... Te contar... Que inútil!
  Na verdade, isso é relativo. Tudo depende da forma de como vemos a situação.
  Você pode fugir da chuva, se livrar dos incômodos que ela traz. Mas quem não larga mão de se proteger da água, nunca irá conhecer o prazer de tomar um banho de chuva, de correr na chuva, de... Sei lá... ‘Tomar um sorvete na chuva’ (recomendo!)! :P

  Obviamente tudo é bom de forma equilibrada, não desregrada. Que há? Tem gente que já nasce com a cara na chuva, e às vezes isso também causa problemas (numa dessas eu ainda não vi gente se afogar, mas vai saber)! xP

  O ponto é que hoje eu vejo mais nitidamente que tive mesmo de passar por todo esse processo, e sou muito, muito grato a Deus pela chuva e pelas pessoas que tem aquela técnica ninja de chutar guarda-chuvas de gente meio cabeça-dura.

  Mais uma eu aprendi nessa vida!
Assim encerro meu relato.
Beba com moderação! X}
(mas beba! o/).

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Critérios habituais

"Um navio está seguro no porto, mas não é pra isso que servem os navios"
- William Shedd / Roubado da Nárlea. :P

  Nessas semanas tenho recebido várias menções acerca do assunto “decisões”. Dentre elas, de forma parcial, as pregações dos últimos três cultos.

  Começou quando eu parei pra pensar nessa sina que alguns têm em não tomar decisão alguma e deixar tudo com Deus. Depender de Deus é essencial, mas não desprezemos o fato de que Ele nos dotou de um cérebro e da capacidade de decidir. Olha, cérebro certamente não tem funções estéticas, então pra bonito ele não deve estar aí. Há decisões que meramente cabem a nós, eu acredito, e não creio que Deus jogue “The Sims”, já disse em uma postagem anterior. É aconselhável que se ore pra que Deus nos guie nos nossos rumos. Mas há coisas que são lícitas, e somos livres pra tê-las, para buscá-las. Deus não vai te dizer se amanhã tu deves fazer batata frita ou macarrão no almoço... Te vira, homem!
  Mas há outras questões pras quais acabei me direcionando, essas voltadas às decisões menos corriqueiras, mais críticas.

  Uma delas: percebi com mais nitidez que há mesmo algo que pode destroçar as possibilidades de uma decisão coerente: o enganoso coração do homem. Pois é... E eu cometia um erro: na minha busca por saber a vontade do Patrão, me via por vezes usando como critério o "sentir paz", o que é às vezes uma tremenda burrada (assusta a colocação? É, eu sei que não é algo muito comum de se ouvir xP).

  "Seja a paz de Cristo o critério em vossos corações". Perfect!
Agora... A paz de Cristo! A tremenda burrada ocorre quando a confundimos com a "nossa própria paz", que confunde-se facilmente com o "nosso conforto".  Um argumento?

  Conhece alguém que sentiu menos paz que Cristo, antes da crucificação, no Getsemani? Pois é, e imagina se não tivesse feito?! Ele tinha acima de tudo uma decisão, ele queria a humanidade! Queria algo, e decidiu por algo. Paz Ele não tinha, só tinha paz na consciência de querer estar disposto primeiro à vontade do Pai. A “paz no coração” não foi um critério. Parece que há momentos em que uma decisão pode e deve sobrepujar a nossa paz, e é a paz nessa decisão que deve ser o critério. Obviamente há a necessidade do cuidado para que essa decisão, por sua vez, não sobrepuje a vontade de Deus para nós, e nem a Sua voz, que inegavelmente existe.
  Abraão, quando levou Isaac ao Monte Carmelo para sacrificá-lo a mando de Deus... Eu não acredito que ele sentia uma paz avassaladora, mas tinha paz na consciência de fazer primeiro a vontade de Deus. Novamente, uma decisão, a de querer a vontade de Deus acima de tudo,  sobrepujou o restante.
  Temos vários outros exemplos: Paulo, Gideão (esse é bom!), Jonas... Especialmente no caso de Jonas (mas não somente nele) percebemos a busca pelo bem-estar, por livrar-se da carga que a difícil empreitada lhe punha nas costas. Por certo sentiria-se tranqüilo, no mínimo aliviado, se Deus o deixasse seguir em sua própria busca por um caminho que não lhe exigisse tanta fé e esforço.

  Tudo o que é difícil nos tira a paz, Cristo que o diga! Tudo o que é de sucesso improvável nos obriga a depender de Deus, exercitar coisinhas complicadas como fé e renúncias, e a idéia geralmente causa desconforto, sejamos sinceros.
Mas nem tudo o que gera desconforto é contrário à vontade de Deus. O desconforto é até uma ferramenta de crescimento, em grande parte das vezes!
  Deus não mima, tchê! Se nos mimasse, seu amor seria menor, como disse Lewis, em outras palavras.

  Há uma missão, há dificuldades, estamos em guerra. Deus cria leões, que sabem ser mansos e alegres, mas sabem enfrentar as hienas. Não cria filhos para que ajam feito antílopes saltitantes numa pastagem farta cheia de córregos. Faça-me o favor, eu tenho mais o que fazer... xP

  Bem, é um assunto complicado, eu sei bem.
Mas como? Sentir paz! Os crentes batem tanto nessa tecla! "Sinto paz nisso", "Não senti paz naquilo". Tudo bem! E muitas vezes é imprudência não levar isso em consideração. Mas só com a plena consciência da fonte dessa paz, capicci? Quando a paz estiver escorada em nosso conforto, é bom no mínimo parar pra pensar. É claro que o nosso bem-estar pode fazer parte do pacote! Deus não é nenhum carrasco! :P, Mas repito, é bom parar pra pensar.

  Dane-se o conforto, dane-se! Às vezes a gente pensa ter aprendido uma lição, e cai no mesmo erro em um tempo tão curto que chega a envergonhar.

  O cristianismo não é um mar de rosas, é um campo de batalha. Procure um mar de rosas e talvez tu encontre e tenha aquela vida bonitinha, mas conviva com a consciência de que tu és um cristão medíocre!

  Bem, eu não tenho respostas, nem soluções, mas foi algo no qual eu me vi prestando muita atenção, e creio que tenha sido produtivo. Em virtude não ser algo tão ortodoxo, tenho um certo receio de expor meus devaneios, mas faz parte da vida. :P

É isso aí! Deixem suas observações aí em baixo!
:]
Fiquem com Deus! o/

terça-feira, 3 de agosto de 2010

De onde vem a força

  Todas as atitudes que tomamos cooperam para a construção do nosso futuro. Nós agora formamos os alicerces do que vai ser a nossa vida adulta e a velhice, querendo ou não. A tendência, sei por mim, é buscar conforto momentâneo, fazer o mais fácil, prezar pela simples e acolhedora tranqüilidade e dispensar quaisquer comprometimentos. Quem leva esses fatores a cabo depende inevitavelmente de “sorte” para se dar bem – um vagabundo, pra resumir. Sempre há, porém os que não agem pelo impulso do bem-estar momentâneo, mas pelo que lhes será acréscimo posteriormente. Quem pretende se dar bem mais tarde, deve zelar por isso no agora, não é segredo.

  Convenhamos, às vezes é preciso ser forte pra desprezar as facilidades do agora em prol do incerto futuro. Todos nós queremos ser fortes, eu presumo, pois alguém que considere sê-lo algo banal, por certo tem dentro de si algo muito fora do lugar.  Eu poderia falar de comodismo, mas a questão hoje é: o que é ser forte?
  Eu só consigo, nesse âmbito, dividir o complexo ser humano em três grupos básicos: os fracos, os fortes e os fortes de verdade (pode ser engraçado, mas não achei nenhuma definição melhor X] )

  O fraco não luta, cede quando sob pressão, se deixa ser manipulado. Ele não se impõe ou só se impõe o suficiente pra não ser incomodado. Dificilmente ele vai ser um cristão de verdade e, se for, não durará muito. Como dizia Lewis: “se você quer uma religião na qual se sinta confortável, eu não lhe recomendo o cristianismo”, por si só esse argumento já esclarece as coisas. É mais confortável ceder às pressões, desistir, parar de lutar consigo mesmo - que é algo a que o cristianismo inevitavelmente leva. Um indivíduo assim, exceto que o faça apenas em aparência, só poderia seguir a fé cristã mudando atitude, visto que isso exigiria perseverança e, portanto, peleia. >P

  Vamos ao segundo grupo: o forte. Ele é forte, deveras, luta pelo que quer e não guia a própria vida por confortos momentâneos. Sabe que às vezes precisará administrar o tempo e investi-lo em prioridades, não apenas com o que lhe agrada. Não se abala com facilidade, sabe resistir e ser útil mesmo nas “tempestades” e tem forças pra ajudar alguém mesmo quando ele é quem deveria ser ajudado. Aprendeu a ser forte durante a vida, e luta por auto-suficiência (eis o problema). É forte, mas forte por si mesmo. Pode ser incrivelmente resistente a pressões externas e internas, mas pouco proveito terá disso tudo. No fim das contas, nenhum proveito, sendo mais direto.

  Pra complementar vou fugir um pouco do centro do assunto: há um trecho de uma pajada de Jayme Caetano Braun (“Cemitério de Campanha”) que diz o seguinte:

“mas que importa a diferença
entre uma cruz falquejada
e a tumba marmorizada
de quem viveu na opulência?
Que importa a cruz da indigência
A quem já não vive mais,
se somos todos iguais
depois que finda a existência?”

  E é verdade. Que importa a um ser humano ser rico ou pobre, fraco ou forte, que seja, no fim das contas? Que recompensa um ser humano tem por si mesmo depois de morrer, pelo que foi ou pelo que fez? E, seguindo o assunto tratado, de que adianta ter sido forte, por exemplo?

  Eu não falei do terceiro grupo, o “forte de verdade”. Por que o defini assim?

  Forte de verdade é o auto-suficiênte, aquele que já não precisa de ajuda alheia, é o que o forte queria ser (a tá... >P).

  2Co 12:10 – O forte de verdade, por irônico que pareça, é forte o suficiente pra admitir que é fraco - e às vezes é mesmo necessária força para fazê-lo. Ele admite a sua fraqueza, a sua incapacidade, e o que o torna forte, até o ponto de sentir prazer em situações de fato difíceis, é justamente uma força que não é sua.
  Rm 15:1-3 – O forte de verdade não busca só o próprio bem, mas busca o bem dos outros, dos menos capazes, inclusive.
  Rm 11:36 – O forte de verdade dedica tudo àquele a quem é subordinado. Não espera glória, oferece toda a glória que poderia ganhar, e isso não é fácil, não é pra fracos.
  1Co 6:12 - O forte de verdade é capaz de desprezar o prazer e de sair da sua zona de conforto por algo maior, por algo que os seus iguais podem não compreender. Ele sabe que vai ser chamado de louco, que pode ser açoitado pelo que busca, mas é capaz passar por todas as provações, e  possivelmente com alegria, por ter acesso a um amor maior que tudo, a algo que lhe dá forças, forças que, digo novamente, não são suas!
  Sl 27.1; 28.7-8 – O essencial já se pôde ver, é basicamente depender de uma força alheia, e no caso não uma qualquer. Ter o criador do universo do seu lado por certo o faz mais forte que qualquer forte que o seja por forças humanas.

  Nós temos o exemplo de Davi, autor dos salmos citados acima. Humanamente não era lá muita coisa, mas confiou e dependeu de Deus, e derrubou um cara que nem mesmo os soldados profissionais ousaram enfrentar. Um rapaz comum, sequer aparentando potencial militar, fez do seu povo o mais temido e respeitado entre todos. Como? Ao seu lado ele tinha simplesmente o criador e senhor de toda a Terra. A supremacia era um resultado quase óbvio, não?! :P

  Mas é bom lembrar que fortes de verdade fraquejam também, e isso não os torna fracos. Gideão é um desses casos (Jz 6:10-16), Sansão sem dúvidas também o é, bem como Davi, sabemos bem.

  Na nossa vida, em todos o meios e em todos os aspectos, podemos ser bem-sucedidos e fazer uma grande diferença, podemos salvar vidas e vencer guerras como Davi, Gideão, além de todos os demais juízes de Israel. Podemos mudar as coisas, ser luz, ser vida como todos esses foram, como também foram Paulo, Pedro e todos os demais apóstolos. E como Jesus, por que não? Afinal Ele é o alvo e a imagem do que, como cristãos, almejamos ser.
  Podemos mudar o mundo, mas tudo depende das decisões que tomamos, de como somos, de com que olhos vemos o mundo e de em que ou em quem depositamos a nossa confiança, o nosso tempo e a nossa existência, por fim.

  Não é pra fracos, né?! Mas tchê, vale a pena! :P

domingo, 27 de junho de 2010

Seria Deus um evolucionista?

  O objetivo era, partindo desse título, desenvolver um texto para a disciplina de "Arqueologia e Pré-História". Um fator a ser considerado: superficialidade inevitável.
É uma lauda, ou seja, eu tive que falar de um assunto absurdamente gigante em apenas uma página (claro que reclamei com a porfessora, oras! :P).
   Pensei ser legal postar o texto e, apesar da superficialidade, da pra com ele ter alguma noção das coisas, eu creio. Buenas, lá vai:

Seria Deus um evolucionista?

  Não creio que uma divindade criadora onipotente (como o deus cristão, do qual vou falar, por ser o único do qual tenho conhecimento suficiente pra argumentar com alguma coerência) seja algo tão simplório que uma tradição religiosa de homens imperfeitos possa definir com exatidão. A tradição da igreja cristã, por irônico que pareça, tem sido um meio deturpador da idéia passada pelo cristianismo em vários aspectos. Um bom exemplo é o de Galileu, que recebeu uma dura oposição da igreja ao afirmar que a Terra era redonda, tendo jamais a Bíblia afirmado o contrário, possuindo até uma afirmação bastante curiosa a esse respeito em Is.40:22, que nada prova nesse sentido, mas já seria motivo para o clero reconsiderar a idéia, se agisse com seriedade. Outro exemplo é a dura oposição que há até hoje em relação à idade da Terra, sendo que Gênesis deixa claro que a Terra já existia antes da dita “criação”, mas que antes desta, ela era “sem forma e vazia”. Nem mesmo o geocentrismo tem fundamento bíblico, sendo puramente cultural.

  Não há dúvidas em praticamente qualquer linha séria do cristianismo de que a criação não foi uma simples “mágica”, mas uma construção que exibe descaradamente o intelecto do Criador, o uso da imensurável capacidade inventiva, lógica e matemática do mesmo. Existe uma teoria, em meio a tantas conhecidas, chamada “evolucionismo teísta”, cuja idéia é conciliar de forma harmônica as idéias de “Evolução” e “Deus”, visto que de fato a Bíblia abre brechas para essa interpretação. Ela sustenta a idéia de que a evolução ocorreu e de que os dias da criação foram provavelmente eras (considerando que o capítulo da criação é um poema, muito provavelmente portando figurações, como vários outros trechos bíblicos portam), mas que houve um criador que fez da Terra esse lugar perfeitamente estruturado para sustentar a vida, vida esta que no início Ele criou, guiando-a em sua evolução através do tempo, formando lentamente essa obra de arte, de certa forma ainda em construção. Essa teoria não é apenas seguida por cristãos inconformados com habitual o modo simplista de se conceber a Criação em seu meio, mas por muitos evolucionistas como uma forma de conciliar a evolução aos fatos inexplicáveis do ponto de vista ateísta, como o design inteligente.

  Essa teoria não é tão aceita, porém, pela grande maioria dos cristãos, que mesmo no meio científico tendem a aceitar melhor outra linha de argumentos e estudos, que defendem um universo jovem. Dentro dessa teoria, na maioria dos meios, não se nega a micro-evolução, nem sequer a evolução das espécies a partir de espécies originais, mas não regride além destas originais (um felídeo original, um eqüino original, etc.), que é o que se argumenta ter ocorrido partindo da conhecida Arca de Noé, envolvendo assim o milagre da evolução controlada, que na verdade se teria feito bem mais rapidamente que a concepção evolucionista habitual prega. Quanto ao homem, porém, diz-se do fato de a sua criação ter ocorrido do pó da terra, sendo ele nada antes de tornar-se homem completo. Do ponto de vista científico, essa linha de pensamento apóia-se, entre outros, nos seguintes argumentos: a imprecisão da datação através do carbono 14, devido à sua forma de cálculo com um número de zeros estipulado, e não calculado; o fato de o universo ter ainda lugares mais quentes outros, realidade que, segundo a lei da termodinâmica, jamais duraria bilhões de anos; o fato de só encontrarmos fragmentos de meteoritos nas camadas geologias mais elevadas; o campo magnético da Terra, que comprovadamente vem decrescendo e, nesse ritmo constatado no último século, a vida segundo a conhecemos seria impossível há provavelmente menos de 20.000 anos; a diminuição gradativa do Sol, que em bem menos de milhões de anos atrás impossibilitaria qualquer vida animal ou vegetal na terra devido ao calor excessivo, etc. Esses argumentos não são comportados pelo evolucionismo teísta, obviamente.

  Portanto, partindo do pressuposto da existência de Deus, o evolucionismo ainda pode, sim, ser real e, apesar de argumentos contrários, inegavelmente existem os que o sustentam. Porém, existem argumentos que, nesse mesmo âmbito de visão, defendem a idéia de um Deus autor de uma criação mais jovem e, portanto, descartando essa evolução em sua visão mais plena (de uma forma de vida monocelular original dar origem aos organismos altamente complexos que hoje conhecemos). Não há como, é claro, responder a pergunta do título, mas para o sim e para o não, existem teses, teorias, tendências e por aí vai, e são elas que fazem do assunto algo tão complexo e interessante, independentemente de termos respostas a tudo ou não.

Ticiano Castoldi

"Por amor às causas perdidas"

 
É sobre música (um título meio engraçado, eu sei :P).
Atualmente, salvar a música da banalização vem parecendo mesmo uma "causa perdida", mas pra falar a verdade não o é (ou no mínimo o ideal é que não vejamos dessa forma). É uma causa pela qual se deve prazar! Pra mim a música é praticamente uma prova da existência de Deus, tchê! Mas o que vem acontecendo com ela?
Há algumas semanas me dei ao luxo de parar pra pensar nos porquês da atual decadência musical (pena de quem não a percebe), e cheguei a algumas conclusões, que certamente não devem ser de minha autoria, já que são meio óbvias. Nem vou falar do sertanejo atual, “tchê music”, pagode, axé e funk... A música nacional (com exceções, vamos ser justos) é tão frustrante que eu poderia fazer uma postagem só sobre ela.

Analisando a história da música, da pra se perceber que a decadência veio com a mudança das faixas etárias alvo:

Em tempos remotos, tínhamos várias linhas de música folclórica, que costumavam retratar toda uma cultura, um estilo de vida. É algo digno de se ouvir! A prova de que são dignas está no fato de que são ouvidas, cantadas e, por vezes, praticamente cultuadas até os dias de hoje. De certa forma podemos até chamá-las “clássicas”, apesar de o termo só literalmente se aplicar à chamada “era de ouro” da música, indo de Bach até Beethoven - outro estilo de indiscutível qualidade.
Tivemos também a música erudita – não sendo necessariamente a clássica -, que não é a música popular e nem é fruto de folclore, mas da própria erudição, sendo um estilo mais formal. É uma música inteligente, grandiosa, passível de apreciação, mesmo. O ponto é que nos tempos onde essas linhas musicais eram predominantes, o público alvo era o adulto.

No final do século XIX o blues passa a criar certa consistência na cultura norte-americana, e explode no início do século XX. Temos ainda o público adulto, que foi parcialmente substituído apenas com a vinda do Rock’n roll. Aí o público passa a ser o jovem/jovem-adulto. Essa característica no âmbito musical permanece até a década de 1980, pelos meus cálculos. Ainda temos qualidade! O jovem-adulto tem geralmente a capacidade de avaliar, criticar, exigir algo que preste.

Da década de 90 até alguns anos atrás ouve uma queda de idade no publico alvo. Aqui no Brasil tínhamos Charlie Brown Jr. No topo, por exemplo. Ok, houve uma ligeira decadência, mas eles ainda eram bons! Nessa época ao menos era normal que as letras significassem algo.

E chegamos aos nossos dias. Veja bem: Banda Cine, Restart, NX0, RBD (não faz muito tempo), Simple Paln... Justin Beaber! Cara, que inferno! E adivinha? Público adolescente!
A música hoje é quase que plenamente comercial, e poucos são os artistas que prezam pela qualidade do trabalho e não se deixam cair nessas ondinhas. Junte música comercial com o adolescente como público alvo e vira nisso. Claro que hoje existem muitos músicos de qualidade, mas preste atenção nos que estão no “topo das paradas” e tenha uma noção do que é o gosto musical do povo do nosso tempo.
Se atreva a comparar NX0 com Led Zeppelin, RBD com U2, Banda Cine com Beatles, Restart com Luar na Lubre... Fui longe? Compare Justin Beaber com Tchaikovsky! Chega a ser engraçado, não?! Pois está aí a prova da decadência.
Só falta descobrir o motivo de o adolescente ter se tornado o centro do mundo musical. Eu imagino que seja em virtude da internet, que é inegavelmente o maior meio de disseminação musical da atualidade. A conclusão vem do fato de que o adolescente vem quase monopolizado a rede mundial de computadores e, portanto, uma coisa leva à outra.

Escrevi uma porção de coisas sobre o fato de existir, sim, música boa e ruim e do fato de que nem tudo é simples questão de gosto (não é só uma opinião radical e imparcial, isso tem algum fundamento), mas resolvi apagar pra evitar a fadiga. x]

Enfim, considero uma boa atitude da parte da ala brasileira portadora de cérebro a valorização da música pela arte que ela é. Acho inclusive importante que não sejamos imparciais quanto à sacanagem que vem ocorrendo com a nossa amada 1ª arte (é isso aí! Na lista das 9 artes, esta é geralmente posta como primeira da lista! :]).

Com essa postagem incompleta, me senti ainda mais inspirado ao assistir “August Rush”, ontem. Um ótimo filme! Recomendo!
Pra encerrar, gostaria de recomendar o blog de um amigo: Seeking For The Watchtower (Pedro L. Tramontini)
Há comentários interessantes sobre o assunto por lá, pra quem estiver interessado.

É isso! Até mais ver, gurizada! o/

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O combate e o ofício

  Um dia, em algum lugar que não recordo, ouvi a seguinte história:

  Certa vez um rico proprietário de terras viu-se necessitado de alguém que o servisse no ofício de lenhador. Quando a proposta foi divulgada, dois interessados apareceram. O salário seria alto, ambos estavam inegavelmente ansiosos por conseguir a vaga. O homem rico, então, decidiu fazer um teste com seus candidatos: “Aquele que conseguir preparar a maior quantidade de lenha daquelas árvores em um dia de trabalho, será contratado!”.
  No dia seguinte os candidatos levantaram no nascer do Sol, tomaram um bom café na casa do anfitrião e foram ao trabalho. Um deles cortava avidamente, sem descanso, pondo toda a sua energia naquilo e não desperdiçando um segundo sequer; o outro trabalhava com vontade, mas vez ou outra parava para descansar e afiar o machado. O primeiro obviamente rendeu muito mais até certa hora do dia, mas chegou um ponto onde o monte de lenha do outro, mesmo com seus intervalos, aumentava mais depressa que o dele. Sem descanso o primeiro continuou mas, decorrido certo tempo do dia, estava cansado e seu machado lhe parecia mais pesado . Ao anoitecer, o segundo, aquele que fez seus intervalos, descansou e afiou o machado, conseguiu o emprego.

  Afiar o machado... Quando o machado perde o fio, é preciso que seja empregada uma força muito maior para que a lenha seja cortada. É, eu diria, falta de sabedoria. Meio quebrado de tanto cortar lenha, venho falar do meu próprio erro.
  Uma coisa eu sempre soube, mas poucas vezes a ela dei atenção: na guerra há soldados valorosos, mas por infindáveis que pareçam as batalhas, não há homem de vigor interminável.
  O guerreiro que for sábio retira-se, descansa, pede instruções ao seu líder, e volta à batalha. E aí, quando volta, faz com maestria o serviço para o qual foi designado. >]

Ticiano Castoldi

  "Um machado sem corte exige que o lenhador faça o dobro da força, mas quem é inteligente afia o machado". Eclesiastes 10:10. Versículo sugerido por Lobox. :]

domingo, 13 de junho de 2010

O Nevoeiro


  A voz de Deus, o esperar em Deus... Depois de uma semana meio maluca me vi obrigado a pensar, pensar e pensar nesses assuntos e, depois de muito pensar, li algumas coisas (um estudo que havia passado no grupo de jovens da minha igreja no ano passado e uns pequenos trechos de livros) e conversei também sobre o assunto com meu melhor amigo entre os mortais (Jerônimo, pros íntimos). Dois ex-estudantes de teologia conversando... Isso deu pano pra manga! xP . Abaixo os frutos dessa conversa e de todas as divagações dentro e fora dela:

  Sempre fui do tipo que gosta bastante de falar com o Cara, mas não vou bancar o espiritual e dizer que sempre entendo bem as respostas que recebo. Ao longo dessa vida eu inegavelmente recebi respostas – se fosse um monólogo eu já teria desistido há tempos -, algumas até bem descaradas! O fato é que no decorrer dela percebi três respostas freqüentes (que só não servem a questões específicas demais): “sim”, “não” e algo como “segura as pontas, te falo quando for oportuno”.

  Eu sei, às vezes dizemos “não importa saber a forma exata de como as coisas funcionam com Deus, basta que confiemos”. Eu já disse isso, mas existem situações nas quais a resposta parece não vir ou ouvimos aquele “espere” por tempo demais, e nelas se daria tudo pra entender o esquema! Já dizia Lewis (tem mais Lewis que Ticiano nesse blog! xP): “Se você quer uma religião na qual se sinta confortável, essa religião não é o cristianismo”.

  É fácil esperar um bom tempo por uma direção, mas quando o tempo de aguardo é demasiado longo, a tendência é a inquietação. Isso é natural, e nessa inquietação vem o questionamento: Afinal, devo continuar esperando? Ou Deus espera que eu tome uma decisão e aja? O fato de aparentemente existirem exemplos dos dois casos na Bíblia dificulta as coisas quando se tem que optar por uma das alternativas. Já vi gente se quebrar tomando a decisão de agir, e me incluo na lista! Mas será que devemos permanecer estáticos?

  No meio de tudo isso já entra outra questão: sei que existem planos divinos que se concretizam independendo de quaisquer obstáculos. Sei mesmo! Mas será que é sempre assim? Obviamente Deus quer que tomemos decisões, mas ele nos induz a tomarmos as decisões certas? O fato de eu não crer que Deus seja entediado e carente de entretenimento a ponto de jogar “The Sims” conosco, inevitavelmente me leva a pensar: eu posso frustrar um plano de Deus na minha vida? Ok... Calvinistas e arminianos, “segurem as pontas”. O que no mínimo posso crer é que, a partir do ponto em que, dentro de nossa liberdade, escolhemos entregar a nossa vida a Cristo, ele nos guia em nossos caminhos. E a partir disso podemos ainda indagar: ele nos mostra o caminho para que o trilhemos (não omitindo assim o livre-arbítrio)? Ou com seu Mouse Divino guia através do seu Monitor Divino o cursor que nos induz a fazermos o que Ele decide? Não é uma crítica! Eu, podendo escolher, deixaria que Ele me controlasse! Em mais ninguém eu confiaria para que o fizesse, é até mais confortável pensar que é assim. Não vou me alongar mais nisso, poderia fazer uma postagem tratando apenas da questão do livre-arbítrio e da predestinação bem maior que esta (se uma delas fosse tão óbvia, não teríamos esses séculos de discussão inconclusiva). Mas não importa o que parece melhor, mais confortável, nem importa a minha opinião. A questão é: como funciona? O que fazer?

  Sem saber se somos livres pra tomar decisões que podem ou não frustrar as coisas e talvez jogar fora algo  talvez oferecido por Deus, fica difícil saber o que fazer. E nesse caso, quando parece vir uma resposta, como saber que é vinda da fonte certa e não dos nossos enganosos corações (Jr 17.9)?

  O texto é confuso, não? Eu tento sempre ser claro e objetivo no que publico, mas como fazer um texto claro com um assunto tão confuso? Assunto inconclusivo = Texto inconclusivo.

  Não vou terminar de forma tão caótica. :P

  O que vem a partir daqui independe de linhas teológicas, é inegável e seguro: na pior das hipóteses, quando entregamos nossa vida a Cristo, ele nos mostra, sim, o caminho. A voz de Deus se faz real e a calmaria pode chegar antes mesmo de findar a tempestade. O coração pode ser enganoso, mas quando ele estiver nas mãos de quem sabe manejá-lo, e não de nós mesmos, a paz que vier a ele se fará confiável, torna-se inclusive a bússola desses peregrinos chamados cristãos: "Seja paz de Cristo o árbitro em vosso coração” (Col. 3:15). Certo, e como sentir essa paz? Ouvindo a voz de Deus. Como ouvir a voz de Deus? Prestando a devida atenção. Como reconhecê-la? Com intimidade se reconhece a voz de alguém. Como ter intimidade? A regra é geral: quanto mais você fala com uma pessoa, mais íntimo dela você se torna, e com o tempo surgem laços que não são rompidos nem pela mais afiada das lâminas. Com Deus não é diferente! Fale com Ele, leia também o que ele já disse! “Tiro certo, bugio deitado”, como dizem na minha cidade! :]

  E é isso aí! Agora é se erguer e continuar a empreitada! >P

  “Quando a tempestade vem, tudo se transtorna [...] Quando a Tua presença vem, tudo se transforma” – Diante do Trono

Ticiano Castoldi

domingo, 6 de junho de 2010

K9


Pois bem, cheguei às novas postagens! E pra comemorar, um texto que não é meu! :P
Como eu havia dito, estou lendo o livro “O Problema do Sofrimento”, de C. S. Lewis. Abaixo uma analogia (na minha opinião, muito bem desenvolvida) que trata da nossa relação com Deus através da relação de um animal com dono. Talvez alguns considerem esse trecho um pouco agressivo, em virtude de ele nos comparar a cães, mas cá entre nós, em termos de grandeza, os cães estão muito mais próximos dos homens que os homens de Deus, capicci?!
  Lewis é um grande escritor. Quem não conhece seus livros, recomendo que o faça!
Buenas, vamos ao que interessa:

"[...] Contudo, essa analogia é menos apropriada, levando-se em conta que o homem não criou o animal e não o compreende de todo.
[...] O homem amansa o cão em primeiro lugar para que o possa amar, não para que o cão possa amá-lo, e para que esse cão possa servi-lo, não o homem a ele.
[...] Os objetivos do homem não podem ser alcançados a não ser que o cão também, à sua maneira, ame o homem. Tampouco pode o cão servi-lo a menos que o homem, de uma forma diferente, sirva o cão. [...]
O homem infere na natureza do cão e torna-o mais passível de amor do que ele seria em estado natural. Neste caso o animal tem cheiro e hábitos que frustram o amor do homem, que o lava e treina, ensina-o a não surrupiar as coisas e, dessa forma, vê-se em condições de amá-lo inteiramente.
Ao filhote, todo o procedimento pareceria, caso ele fosse um teólogo, lançar sérias dúvidas sobre a "bondade" do homem. Já para o cão totalmente desenvolvido e adestrado, maior, mais saudável e com mais tempo de vida que o cão selvagem - além de acolhido por uma espécie de Graça em um mundo de afeições, lealdades, interesses e comodidades inteiramente além de seu destino animal - não teria nenhuma dúvida desse tipo.
[...] Poderíamos desejar, de fato, que fôssemos tão pouco estimados por Deus, que ele nos deixasse livres para seguir nossos impulsos naturais; que Ele parasse de tentar nos treinar para levar-nos a ser algo tão diverso de nosso eu natural. No entanto, uma vez mais, não estamos pedindo mais amor, e sim menos.”
C. S. Lewis – O Problema do Sofrimento

Bem, conforme conseguir, vou continuar as minhas leituras e talvez transcreva mais algum trecho bacana pra por aqui. :]
Até! o/

Ticiano Castoldi

"Light up the darkness" – Quinta-feira, 26 de Fevereiro de 2009


Mais um daqueles surtos de imaginação que se tem olhando pro céu. xP

Já pararam pra ver o quanto a Lua faz diferença numa noite escura?

A maioria esmagadora dos povos da antiguidade cria que a Lua tinha luz própria, mas ela sempre testificou pela sombra nela projetada que sua luz não tem nada de sua.

Nem todos nós somos luz, mas se formos, sejamos como a Lua: iluminemos as trevas testificando sobre quem nos ilumina primeiro.

Ticiano Castoldi

Querido Vovô do Céu - Domingo, 15 de Fevereiro de 2009


  Não precisa passar um dia até que algo novo quebre a nossa cara e nos afete os ânimos. Por que somos assim?

  Começa-se um novo dia com a pretensão de se estar disposto às batalhas que ele pode oferecer, pois na verdade ao longo dessa curta vida cheguei à conclusão de que são elas que fazem tudo isso ter graça. Mas a cruel realidade é que quando uma de verdade se aproxima de nós num momento de despreparo, tendemos ao desânimo, murmuração e tudo aquilo que esse mundo e a nossa natureza idiota nos ensinaram.

Considerando o que conheço da Bíblia, Deus sempre foi um pai zeloso que ensinou seus filhos a viver e enfrentar seus desafios. É bem como disse Lewis em “O Problema do Sofrimento”: “O que desejamos, de fato, não é bem um pai no Céu, mas um avô no Céu – uma benevolência de gente ‘velha’ que, como se diz, ‘gosta de ver gente jovem se divertindo’”. Ter um avô no céu é bem conveniente, ele mima e nos quer ver confortáveis. E na verdade é isso que a maioria das pessoas quer e procura em Deus.
Má notícia! Esse Deus não existe - “graças a Deus” xP. Se acharmos que deveria ser assim, nossa visão sobre o que é “amor” anda bem desequilibrada. Deus é amor, e quem ama ensina, educa. Um pai de verdade quer que o filho cresça e se torne homem, mesmo que no trajeto sinta-se desconfortável, obviamente. Isso é amor! É importante que lembremos que benevolência e mimo nem sempre são provas de amor, mas da falta de zelo.

  Dei um estudo sobre isso há alguns dias numa reunião de equipe (no Acamp-Serra) pela manhã, durante a temporada de acampamentos. Bem, se eu quiser ser um bom cristão, tenho que viver o que prego. Seja feita a vontade de Deus, então! E que eu e você possamos ser gratos pelo que Ele tem feito, mesmo que pareça desagradável de imediato.

Deus, obrigado por mais essa! :]

Ticiano Castoldi

Mortos-Vivos - Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2009


  Eu estava pensando... Boa parte das pessoas que conheço não parece se preocupar com o fim da vida ou procura não pensar muito nisso. Talvez pensam viver num mundinho onde é realmente possível envelhecer sem aproximar-se do momento de enfim enfrentar a morte.
  O que me incomoda, na verdade, é a capacidade que pode ter uma pessoa de se conformar com a morte como fim de tudo. Sabe... E se existir mesmo uma espécie de “salvação”?
  O destino após a morte deveria ser a maior das preocupações e das buscas de qualquer ser humano que tenha algum escrúpulo. Ok, alguns diriam que essa pouca vida que temos seria desperdiçada se a investíssemos em algo irreal. Concordo. Mas e daí? Que diferença iria fazer nós termos aproveitado esses nossos poucos dias e feito o “raio que o parta” nesse bendito mundo? Nenhuma! Se passarmos ao “nada”, não teremos sequer memórias, o que torna indiferente ter vivido bem ou mal. Nenhuma recompensa haverá pra alguém que “curtiu a vida”. O que eu quero dizer, é que as memórias, boas ou ruins, nesse caso, não vão tornar a eternidade de alguém melhor ou pior, tampouco vão fazer alguma diferença (deu pra entender o raciocínio?). Só que essa é uma realidade difícil de engolir, obviamente desconfortável. Sem conhecer certas verdades, parar pra pensar na crua realidade que é a morte, não pode mesmo ser confortável e, garanto, não é um hábito dos céticos. Enfim, por que deixar de investir a vida em algo que pode salvá-la só por parecer incerto à primeira vista? Vai que dê certo?! =D
  Eu creio que vou viver bem melhor esses meus 22, 70, 80, 90, ou sei lá quantos anos, sabendo que não vou simplesmente sumir, perder as memórias e deixar esse meu corpo voltar a ser o pó que o formou. Como vou fazer pra isso ser verdade? Bem, eu tenho tudo pra crer que um certo cara chutou a bunda do próprio túmulo, e ele prometeu ensinar o truque.
  E deixando um pouco de lado o “curtir a vida” após a morte, é bem como Jesus disse acerca do que a precede: “Eu vim para que tenham vida, e vida em abundância”, e é isso que tenho visto acontecer na minha vida, mesmo investindo numa fase dela que não diz respeito ao agora. É por essas e outras que eu cada vez mais acredito que as pessoas não fazem mesmo idéia do que é “curtir a vida”. x]

Ticiano Castoldi

Saudações, mortais!



  Pois é. Há tempos eu estava querendo ressuscitar o blog. Há uns 2 meses até iniciei o processo, mas tinha que fazê-lo de novo, com um novo endereço, e travei na hora de escolher o nome. Aí deixei a idéia de lado, de novo.
Existem dois motivos para eu tê-lo feito agora:
  1 - Esses dias alguém me disse "vou fazer uma postagem pra ti", pensei: "Tchê! Eu tenho que reviver o meu, nem que seja pra retribuir umas dessas, qualquer dia".
  2 - Estou lendo o livro "O Problema do Sofrimento", de C. S. Lewis. Achei uma analogia tão interessante que transcrevi. Aí: "caraca, eu tenho que ter algum lugar onde por essas coisas... As pessoas tem que ler esses trecos legais". Pelos meus cálculos, será a quarta postagem a partir daqui, pois antes vou postar alguns textos antigos.

  É isso, gurizada! Pretendo fazer postagens decentes, não será só o diário de batalhas de um qualquer, ok?! xP