quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A Caixa do Esquecimento

  Se quiser barulho e diversão, vá pra um blog de humor. Se for seguir, só por hoje, use-se do silêncio, se não for pedir demais e tal. :P

  Eu aprendi algo ao longo dessa vida, que envolve virtude, mas nenhuma recompensa aparente: só vejo a real virude em alguém que sabe cumprir sua missão no silêncio. Mas pare pra pensar: sem os holofotes, quantos honrados sobrariam? Se o homem faz sua guerra e por ela se por ela dispõe-se a morrer sem sequer ser lembrado, aí eu creio que o faz por propósito, e não por fútil reconhecimento.
  Essas redes sociais me preenchem o tempo de ócio nessas férias, mas no primeiro dia de ingresso na última eu me deparei com uma interessante característica: virou hábito, virou rotina expor os sentimentos, os sofrimentos, os desejos... Cada mínimo detalhe, exposto por comentários simples, complicados, diretos e especialmente indiretos. De alguma forma, os outros tem que conhecer o que se passa o íntimo. Deve haver um conforto nisso, uma emulação que diz à mente que a pessoa não está sozinha ou algo parecido.
  Eu não chego a considerar um defeito e não tenho muito contra, tanto que tenho me divertido por lá, mas eu não tenho o hábito de pular de cabeça em algo sem no mínimo pensar no assunto. A rede social não é o ponto principal, mas foi o ponto de partida da divagação.
  Faça um esforço mental: eu queria que tu te imaginasses agora trancado em uma caixa de ferro, escura e silenciosa, enterrada no meio de um vasto campo. Ninguém sabe disso, e ninguém vai lembrar. Ninguém vai te ouvir falando do desespero que tu sentes, ninguém vai saber que tu te encontras nele. E a ninguém tu vais poder avisar. Tu, com tudo o que tu tiveres, toda a riqueza da tua mente, das tuas experiências, das lembranças de toda a tua vida ali, definhando, sem ninguém pra ouvir.
  Quantos suportariam o silêncio, a solidão? Ficou óbvio que não falo dessa concepção de solidão tida por alguns hoje, a de não ter um "namoradinho", por exemplo. Falo de uma solidão real! Existem um lado na vida, uma realidade profunda, da qual a maioria da foge, alienando a própria mente, pra ter uma vida frenética e fácil, pagando o preço de fazê-la fútil. Claro, conheço um bom número de criaturas que entendem bem do que eu tô falando. xP Nem todos se deixam alienar facilmente, graças a Deus!
  Quando eu era pequeno orava pra que Deus fizesse comigo a vontade Dele e me usasse, mesmo que ninguém ficasse sabendo. Acho que até uma criança é capaz de perceber a diferente honra que há em fazer algo sem esperar uma recompensa.
  Tu entrarias naquela caixa de ferro por algo que defende? Por um propósito? Por alguém? Pela tua fé? Se sim, a tua fé é real, e tu é certamente mais que um peso morto. Se sim, eu diria que tu tem algo dentro de ti capaz de mudar o mundo! Algo genuíno, verdadeiro, inquestionável! E aí, nesse caso, há recompensa! Uma tão completa e verdadeira quanto a tua motivação.
  Uma passagem Bíblica? Mateus 6.1-18. :P
  Uma novidade: Deus existe! E diga o que quiser, até naquela caixa, quando ser humano algum te visse, Ele estaria contigo, e observando atentamente. Mesmo que te afundassem no núcleo de um planeta fora do Sistema Solar, meu amigo, Ele ia estar lá! xD Em quem mais existe segurança real? Nada no mundo humano se compara a isso, nada é tão verdadeiro, tão completo.
  Não, nós não precisamos viver no silêncio. Somos luz, devemos iluminar. Nossa obras devem ser vistas! Mas não deixemos que problemas, o sistema, esse tão peculiar mundo atual, os obstáculos pelos quais passamos ou seja lá o que for, nos tornem fracos. Nós somos, a nosso modo, os guerreiros com a mais importante missão do mundo e da história. Não faz sentido algum abandonar a resistência e juntar-se ao resto do mundo! Não faz sentido algum!
  Ninguém deve fechar-se no silêncio, mas que cada cristão que se preze tome o cuidado de não perder a capacidade de lutar até mesmo no silêncio, de fazer o que deve, de fazer pelo próximo, de perdoar, de fazer valer a sua fé até mesmo quando nada no mundo parecer por isso oferecer uma recompensa. Nada no mundo... B]