domingo, 7 de novembro de 2010

Estação de tratamento

  Ontem na reunião de jovens, em meio a um estudo de outro enfoque, foi comentado o fato de a salvação da alma ocorrer em suma da graça de Deus, e não das obras do homem. Mas cá entre nós, isso não é tão óbvio. Digo que não é em virtude de ser tamanho o número dos que simplesmente não compreendem a questão.
  Feito lá o comentário, eu admito que me perdi no assunto da reunião pra ficar divagando. Há tantas pessoas boas, caridosas, justas na medida do possível, tão melhores que alguns cristãos! Não me basta chegar a elas e dizer: “nada do que tu faz tem valor”.
  Bem, no fim das contas talvez a questão não seja um bicho de sete cabeças. Há atitudes que nos desagradam, com as quais nos incomoda conviver, da mesma forma que nos é repulsivo permanecer num local que cheira mal, e imagino que o pecado seja assim para Deus. Ele não é obrigado a conviver com isso e nem vai!
  É fato sabido que as obras não compensam o pecado, não o pagam. Elas não salvam, são conseqüência da nossa salvação. E a divagação foi pra tentar entender como isso funciona. Eu não sei se é bem por aí, mas pensei numa forma de exemplificar que talvez faça sentido:
  Água! Pegue o ser humano e torne-o água. Uma mínima quantidade lama, por pequena que seja, suja a água por completo. Você é uma água suja! É isso aí! A água nesse estado pode servir pra causas admiráveis! Com ela as plantas podem ser regadas e os animais podem ter seu sofrimento amenizado, sendo refrescados num dia quente, por exemplo. Vê? Tem valor! A água suja pode até ter usos louváveis, mas não deixará por isso de ser uma água suja, e água suja não pode circular nos encanamentos da casa. Tem seus usos, mas não serve pra estar na habitação de Deus. Todos os atos de bondade do mundo, no fim das contas, não seriam um meio de te absolver, de limpar essa lama dissolvida no âmago da tua alma.
  Salvação... E aí? O que um bocado de água deve fazer pra circular na habitação preparada por Deus? Regar plantinhas e refrescar animais é que não. Ela deve passar pelo filtro! Depois disso poderá fazer essas coisas e uma porção de outras mais. Quando essa água pensante arrepende-se de ter ido de encontro a toda aquela sujeira, terá à sua disposição o filtro.  Ele proporciona a oportunidade de a água deixar para trás toda aquela lama, para tornar-se potável. Cristo nos proporciona a oportunidade de deixarmos para trás o pecado e nos tornarmos aceitáveis, puros perante Deus. Assim como o peso da lama cai sobre o filtro, o peso do nosso pecado caiu sobre Cristo.
  Conviveremos com a essência pura de Deus uma vez que formos igualmente puros. Nascemos sujos, mas se formos limpos, absolvidos, filtrados, nos faremos aceitáveis! Até que é simples! :P
  Pra encerrar lembro que passar pelo filtro não é tão fácil. Envolve negação e tudo mais. É o caminho estreito :D, mas é o único caminho! E é recompensador! Nada como consciência de ser uma água cristalina, pura e aceitável ao Patrão.
  Deus abençoe vocês, gurizada! o/

Ticiano Castoldi

Um comentário:

  1. "Não conseguimos permanecer num local que cheira mal, e imagino que o pecado seja assim, para Deus. Ele não é obrigado a conviver com isso e nem vai!"

    "O que um bocado de água deve fazer pra circular na habitação preparada por Deus? Regar plantinhas e refrescar animais é que não."

    "Conviveremos com a essência pura de Deus uma vez que formos igualmente puros."

    Quando tu falou ontem eu já achei o máximo, lendo agora, então, vejo ainda mais valor nessa reflexão! Parabéns, conseguiu exemplificar algo que eu, até então, tinha tentado compreender de fato!!
    Parabéns!

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