domingo, 27 de junho de 2010

Seria Deus um evolucionista?

  O objetivo era, partindo desse título, desenvolver um texto para a disciplina de "Arqueologia e Pré-História". Um fator a ser considerado: superficialidade inevitável.
É uma lauda, ou seja, eu tive que falar de um assunto absurdamente gigante em apenas uma página (claro que reclamei com a porfessora, oras! :P).
   Pensei ser legal postar o texto e, apesar da superficialidade, da pra com ele ter alguma noção das coisas, eu creio. Buenas, lá vai:

Seria Deus um evolucionista?

  Não creio que uma divindade criadora onipotente (como o deus cristão, do qual vou falar, por ser o único do qual tenho conhecimento suficiente pra argumentar com alguma coerência) seja algo tão simplório que uma tradição religiosa de homens imperfeitos possa definir com exatidão. A tradição da igreja cristã, por irônico que pareça, tem sido um meio deturpador da idéia passada pelo cristianismo em vários aspectos. Um bom exemplo é o de Galileu, que recebeu uma dura oposição da igreja ao afirmar que a Terra era redonda, tendo jamais a Bíblia afirmado o contrário, possuindo até uma afirmação bastante curiosa a esse respeito em Is.40:22, que nada prova nesse sentido, mas já seria motivo para o clero reconsiderar a idéia, se agisse com seriedade. Outro exemplo é a dura oposição que há até hoje em relação à idade da Terra, sendo que Gênesis deixa claro que a Terra já existia antes da dita “criação”, mas que antes desta, ela era “sem forma e vazia”. Nem mesmo o geocentrismo tem fundamento bíblico, sendo puramente cultural.

  Não há dúvidas em praticamente qualquer linha séria do cristianismo de que a criação não foi uma simples “mágica”, mas uma construção que exibe descaradamente o intelecto do Criador, o uso da imensurável capacidade inventiva, lógica e matemática do mesmo. Existe uma teoria, em meio a tantas conhecidas, chamada “evolucionismo teísta”, cuja idéia é conciliar de forma harmônica as idéias de “Evolução” e “Deus”, visto que de fato a Bíblia abre brechas para essa interpretação. Ela sustenta a idéia de que a evolução ocorreu e de que os dias da criação foram provavelmente eras (considerando que o capítulo da criação é um poema, muito provavelmente portando figurações, como vários outros trechos bíblicos portam), mas que houve um criador que fez da Terra esse lugar perfeitamente estruturado para sustentar a vida, vida esta que no início Ele criou, guiando-a em sua evolução através do tempo, formando lentamente essa obra de arte, de certa forma ainda em construção. Essa teoria não é apenas seguida por cristãos inconformados com habitual o modo simplista de se conceber a Criação em seu meio, mas por muitos evolucionistas como uma forma de conciliar a evolução aos fatos inexplicáveis do ponto de vista ateísta, como o design inteligente.

  Essa teoria não é tão aceita, porém, pela grande maioria dos cristãos, que mesmo no meio científico tendem a aceitar melhor outra linha de argumentos e estudos, que defendem um universo jovem. Dentro dessa teoria, na maioria dos meios, não se nega a micro-evolução, nem sequer a evolução das espécies a partir de espécies originais, mas não regride além destas originais (um felídeo original, um eqüino original, etc.), que é o que se argumenta ter ocorrido partindo da conhecida Arca de Noé, envolvendo assim o milagre da evolução controlada, que na verdade se teria feito bem mais rapidamente que a concepção evolucionista habitual prega. Quanto ao homem, porém, diz-se do fato de a sua criação ter ocorrido do pó da terra, sendo ele nada antes de tornar-se homem completo. Do ponto de vista científico, essa linha de pensamento apóia-se, entre outros, nos seguintes argumentos: a imprecisão da datação através do carbono 14, devido à sua forma de cálculo com um número de zeros estipulado, e não calculado; o fato de o universo ter ainda lugares mais quentes outros, realidade que, segundo a lei da termodinâmica, jamais duraria bilhões de anos; o fato de só encontrarmos fragmentos de meteoritos nas camadas geologias mais elevadas; o campo magnético da Terra, que comprovadamente vem decrescendo e, nesse ritmo constatado no último século, a vida segundo a conhecemos seria impossível há provavelmente menos de 20.000 anos; a diminuição gradativa do Sol, que em bem menos de milhões de anos atrás impossibilitaria qualquer vida animal ou vegetal na terra devido ao calor excessivo, etc. Esses argumentos não são comportados pelo evolucionismo teísta, obviamente.

  Portanto, partindo do pressuposto da existência de Deus, o evolucionismo ainda pode, sim, ser real e, apesar de argumentos contrários, inegavelmente existem os que o sustentam. Porém, existem argumentos que, nesse mesmo âmbito de visão, defendem a idéia de um Deus autor de uma criação mais jovem e, portanto, descartando essa evolução em sua visão mais plena (de uma forma de vida monocelular original dar origem aos organismos altamente complexos que hoje conhecemos). Não há como, é claro, responder a pergunta do título, mas para o sim e para o não, existem teses, teorias, tendências e por aí vai, e são elas que fazem do assunto algo tão complexo e interessante, independentemente de termos respostas a tudo ou não.

Ticiano Castoldi

"Por amor às causas perdidas"

 
É sobre música (um título meio engraçado, eu sei :P).
Atualmente, salvar a música da banalização vem parecendo mesmo uma "causa perdida", mas pra falar a verdade não o é (ou no mínimo o ideal é que não vejamos dessa forma). É uma causa pela qual se deve prazar! Pra mim a música é praticamente uma prova da existência de Deus, tchê! Mas o que vem acontecendo com ela?
Há algumas semanas me dei ao luxo de parar pra pensar nos porquês da atual decadência musical (pena de quem não a percebe), e cheguei a algumas conclusões, que certamente não devem ser de minha autoria, já que são meio óbvias. Nem vou falar do sertanejo atual, “tchê music”, pagode, axé e funk... A música nacional (com exceções, vamos ser justos) é tão frustrante que eu poderia fazer uma postagem só sobre ela.

Analisando a história da música, da pra se perceber que a decadência veio com a mudança das faixas etárias alvo:

Em tempos remotos, tínhamos várias linhas de música folclórica, que costumavam retratar toda uma cultura, um estilo de vida. É algo digno de se ouvir! A prova de que são dignas está no fato de que são ouvidas, cantadas e, por vezes, praticamente cultuadas até os dias de hoje. De certa forma podemos até chamá-las “clássicas”, apesar de o termo só literalmente se aplicar à chamada “era de ouro” da música, indo de Bach até Beethoven - outro estilo de indiscutível qualidade.
Tivemos também a música erudita – não sendo necessariamente a clássica -, que não é a música popular e nem é fruto de folclore, mas da própria erudição, sendo um estilo mais formal. É uma música inteligente, grandiosa, passível de apreciação, mesmo. O ponto é que nos tempos onde essas linhas musicais eram predominantes, o público alvo era o adulto.

No final do século XIX o blues passa a criar certa consistência na cultura norte-americana, e explode no início do século XX. Temos ainda o público adulto, que foi parcialmente substituído apenas com a vinda do Rock’n roll. Aí o público passa a ser o jovem/jovem-adulto. Essa característica no âmbito musical permanece até a década de 1980, pelos meus cálculos. Ainda temos qualidade! O jovem-adulto tem geralmente a capacidade de avaliar, criticar, exigir algo que preste.

Da década de 90 até alguns anos atrás ouve uma queda de idade no publico alvo. Aqui no Brasil tínhamos Charlie Brown Jr. No topo, por exemplo. Ok, houve uma ligeira decadência, mas eles ainda eram bons! Nessa época ao menos era normal que as letras significassem algo.

E chegamos aos nossos dias. Veja bem: Banda Cine, Restart, NX0, RBD (não faz muito tempo), Simple Paln... Justin Beaber! Cara, que inferno! E adivinha? Público adolescente!
A música hoje é quase que plenamente comercial, e poucos são os artistas que prezam pela qualidade do trabalho e não se deixam cair nessas ondinhas. Junte música comercial com o adolescente como público alvo e vira nisso. Claro que hoje existem muitos músicos de qualidade, mas preste atenção nos que estão no “topo das paradas” e tenha uma noção do que é o gosto musical do povo do nosso tempo.
Se atreva a comparar NX0 com Led Zeppelin, RBD com U2, Banda Cine com Beatles, Restart com Luar na Lubre... Fui longe? Compare Justin Beaber com Tchaikovsky! Chega a ser engraçado, não?! Pois está aí a prova da decadência.
Só falta descobrir o motivo de o adolescente ter se tornado o centro do mundo musical. Eu imagino que seja em virtude da internet, que é inegavelmente o maior meio de disseminação musical da atualidade. A conclusão vem do fato de que o adolescente vem quase monopolizado a rede mundial de computadores e, portanto, uma coisa leva à outra.

Escrevi uma porção de coisas sobre o fato de existir, sim, música boa e ruim e do fato de que nem tudo é simples questão de gosto (não é só uma opinião radical e imparcial, isso tem algum fundamento), mas resolvi apagar pra evitar a fadiga. x]

Enfim, considero uma boa atitude da parte da ala brasileira portadora de cérebro a valorização da música pela arte que ela é. Acho inclusive importante que não sejamos imparciais quanto à sacanagem que vem ocorrendo com a nossa amada 1ª arte (é isso aí! Na lista das 9 artes, esta é geralmente posta como primeira da lista! :]).

Com essa postagem incompleta, me senti ainda mais inspirado ao assistir “August Rush”, ontem. Um ótimo filme! Recomendo!
Pra encerrar, gostaria de recomendar o blog de um amigo: Seeking For The Watchtower (Pedro L. Tramontini)
Há comentários interessantes sobre o assunto por lá, pra quem estiver interessado.

É isso! Até mais ver, gurizada! o/

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O combate e o ofício

  Um dia, em algum lugar que não recordo, ouvi a seguinte história:

  Certa vez um rico proprietário de terras viu-se necessitado de alguém que o servisse no ofício de lenhador. Quando a proposta foi divulgada, dois interessados apareceram. O salário seria alto, ambos estavam inegavelmente ansiosos por conseguir a vaga. O homem rico, então, decidiu fazer um teste com seus candidatos: “Aquele que conseguir preparar a maior quantidade de lenha daquelas árvores em um dia de trabalho, será contratado!”.
  No dia seguinte os candidatos levantaram no nascer do Sol, tomaram um bom café na casa do anfitrião e foram ao trabalho. Um deles cortava avidamente, sem descanso, pondo toda a sua energia naquilo e não desperdiçando um segundo sequer; o outro trabalhava com vontade, mas vez ou outra parava para descansar e afiar o machado. O primeiro obviamente rendeu muito mais até certa hora do dia, mas chegou um ponto onde o monte de lenha do outro, mesmo com seus intervalos, aumentava mais depressa que o dele. Sem descanso o primeiro continuou mas, decorrido certo tempo do dia, estava cansado e seu machado lhe parecia mais pesado . Ao anoitecer, o segundo, aquele que fez seus intervalos, descansou e afiou o machado, conseguiu o emprego.

  Afiar o machado... Quando o machado perde o fio, é preciso que seja empregada uma força muito maior para que a lenha seja cortada. É, eu diria, falta de sabedoria. Meio quebrado de tanto cortar lenha, venho falar do meu próprio erro.
  Uma coisa eu sempre soube, mas poucas vezes a ela dei atenção: na guerra há soldados valorosos, mas por infindáveis que pareçam as batalhas, não há homem de vigor interminável.
  O guerreiro que for sábio retira-se, descansa, pede instruções ao seu líder, e volta à batalha. E aí, quando volta, faz com maestria o serviço para o qual foi designado. >]

Ticiano Castoldi

  "Um machado sem corte exige que o lenhador faça o dobro da força, mas quem é inteligente afia o machado". Eclesiastes 10:10. Versículo sugerido por Lobox. :]

domingo, 13 de junho de 2010

O Nevoeiro


  A voz de Deus, o esperar em Deus... Depois de uma semana meio maluca me vi obrigado a pensar, pensar e pensar nesses assuntos e, depois de muito pensar, li algumas coisas (um estudo que havia passado no grupo de jovens da minha igreja no ano passado e uns pequenos trechos de livros) e conversei também sobre o assunto com meu melhor amigo entre os mortais (Jerônimo, pros íntimos). Dois ex-estudantes de teologia conversando... Isso deu pano pra manga! xP . Abaixo os frutos dessa conversa e de todas as divagações dentro e fora dela:

  Sempre fui do tipo que gosta bastante de falar com o Cara, mas não vou bancar o espiritual e dizer que sempre entendo bem as respostas que recebo. Ao longo dessa vida eu inegavelmente recebi respostas – se fosse um monólogo eu já teria desistido há tempos -, algumas até bem descaradas! O fato é que no decorrer dela percebi três respostas freqüentes (que só não servem a questões específicas demais): “sim”, “não” e algo como “segura as pontas, te falo quando for oportuno”.

  Eu sei, às vezes dizemos “não importa saber a forma exata de como as coisas funcionam com Deus, basta que confiemos”. Eu já disse isso, mas existem situações nas quais a resposta parece não vir ou ouvimos aquele “espere” por tempo demais, e nelas se daria tudo pra entender o esquema! Já dizia Lewis (tem mais Lewis que Ticiano nesse blog! xP): “Se você quer uma religião na qual se sinta confortável, essa religião não é o cristianismo”.

  É fácil esperar um bom tempo por uma direção, mas quando o tempo de aguardo é demasiado longo, a tendência é a inquietação. Isso é natural, e nessa inquietação vem o questionamento: Afinal, devo continuar esperando? Ou Deus espera que eu tome uma decisão e aja? O fato de aparentemente existirem exemplos dos dois casos na Bíblia dificulta as coisas quando se tem que optar por uma das alternativas. Já vi gente se quebrar tomando a decisão de agir, e me incluo na lista! Mas será que devemos permanecer estáticos?

  No meio de tudo isso já entra outra questão: sei que existem planos divinos que se concretizam independendo de quaisquer obstáculos. Sei mesmo! Mas será que é sempre assim? Obviamente Deus quer que tomemos decisões, mas ele nos induz a tomarmos as decisões certas? O fato de eu não crer que Deus seja entediado e carente de entretenimento a ponto de jogar “The Sims” conosco, inevitavelmente me leva a pensar: eu posso frustrar um plano de Deus na minha vida? Ok... Calvinistas e arminianos, “segurem as pontas”. O que no mínimo posso crer é que, a partir do ponto em que, dentro de nossa liberdade, escolhemos entregar a nossa vida a Cristo, ele nos guia em nossos caminhos. E a partir disso podemos ainda indagar: ele nos mostra o caminho para que o trilhemos (não omitindo assim o livre-arbítrio)? Ou com seu Mouse Divino guia através do seu Monitor Divino o cursor que nos induz a fazermos o que Ele decide? Não é uma crítica! Eu, podendo escolher, deixaria que Ele me controlasse! Em mais ninguém eu confiaria para que o fizesse, é até mais confortável pensar que é assim. Não vou me alongar mais nisso, poderia fazer uma postagem tratando apenas da questão do livre-arbítrio e da predestinação bem maior que esta (se uma delas fosse tão óbvia, não teríamos esses séculos de discussão inconclusiva). Mas não importa o que parece melhor, mais confortável, nem importa a minha opinião. A questão é: como funciona? O que fazer?

  Sem saber se somos livres pra tomar decisões que podem ou não frustrar as coisas e talvez jogar fora algo  talvez oferecido por Deus, fica difícil saber o que fazer. E nesse caso, quando parece vir uma resposta, como saber que é vinda da fonte certa e não dos nossos enganosos corações (Jr 17.9)?

  O texto é confuso, não? Eu tento sempre ser claro e objetivo no que publico, mas como fazer um texto claro com um assunto tão confuso? Assunto inconclusivo = Texto inconclusivo.

  Não vou terminar de forma tão caótica. :P

  O que vem a partir daqui independe de linhas teológicas, é inegável e seguro: na pior das hipóteses, quando entregamos nossa vida a Cristo, ele nos mostra, sim, o caminho. A voz de Deus se faz real e a calmaria pode chegar antes mesmo de findar a tempestade. O coração pode ser enganoso, mas quando ele estiver nas mãos de quem sabe manejá-lo, e não de nós mesmos, a paz que vier a ele se fará confiável, torna-se inclusive a bússola desses peregrinos chamados cristãos: "Seja paz de Cristo o árbitro em vosso coração” (Col. 3:15). Certo, e como sentir essa paz? Ouvindo a voz de Deus. Como ouvir a voz de Deus? Prestando a devida atenção. Como reconhecê-la? Com intimidade se reconhece a voz de alguém. Como ter intimidade? A regra é geral: quanto mais você fala com uma pessoa, mais íntimo dela você se torna, e com o tempo surgem laços que não são rompidos nem pela mais afiada das lâminas. Com Deus não é diferente! Fale com Ele, leia também o que ele já disse! “Tiro certo, bugio deitado”, como dizem na minha cidade! :]

  E é isso aí! Agora é se erguer e continuar a empreitada! >P

  “Quando a tempestade vem, tudo se transtorna [...] Quando a Tua presença vem, tudo se transforma” – Diante do Trono

Ticiano Castoldi

domingo, 6 de junho de 2010

K9


Pois bem, cheguei às novas postagens! E pra comemorar, um texto que não é meu! :P
Como eu havia dito, estou lendo o livro “O Problema do Sofrimento”, de C. S. Lewis. Abaixo uma analogia (na minha opinião, muito bem desenvolvida) que trata da nossa relação com Deus através da relação de um animal com dono. Talvez alguns considerem esse trecho um pouco agressivo, em virtude de ele nos comparar a cães, mas cá entre nós, em termos de grandeza, os cães estão muito mais próximos dos homens que os homens de Deus, capicci?!
  Lewis é um grande escritor. Quem não conhece seus livros, recomendo que o faça!
Buenas, vamos ao que interessa:

"[...] Contudo, essa analogia é menos apropriada, levando-se em conta que o homem não criou o animal e não o compreende de todo.
[...] O homem amansa o cão em primeiro lugar para que o possa amar, não para que o cão possa amá-lo, e para que esse cão possa servi-lo, não o homem a ele.
[...] Os objetivos do homem não podem ser alcançados a não ser que o cão também, à sua maneira, ame o homem. Tampouco pode o cão servi-lo a menos que o homem, de uma forma diferente, sirva o cão. [...]
O homem infere na natureza do cão e torna-o mais passível de amor do que ele seria em estado natural. Neste caso o animal tem cheiro e hábitos que frustram o amor do homem, que o lava e treina, ensina-o a não surrupiar as coisas e, dessa forma, vê-se em condições de amá-lo inteiramente.
Ao filhote, todo o procedimento pareceria, caso ele fosse um teólogo, lançar sérias dúvidas sobre a "bondade" do homem. Já para o cão totalmente desenvolvido e adestrado, maior, mais saudável e com mais tempo de vida que o cão selvagem - além de acolhido por uma espécie de Graça em um mundo de afeições, lealdades, interesses e comodidades inteiramente além de seu destino animal - não teria nenhuma dúvida desse tipo.
[...] Poderíamos desejar, de fato, que fôssemos tão pouco estimados por Deus, que ele nos deixasse livres para seguir nossos impulsos naturais; que Ele parasse de tentar nos treinar para levar-nos a ser algo tão diverso de nosso eu natural. No entanto, uma vez mais, não estamos pedindo mais amor, e sim menos.”
C. S. Lewis – O Problema do Sofrimento

Bem, conforme conseguir, vou continuar as minhas leituras e talvez transcreva mais algum trecho bacana pra por aqui. :]
Até! o/

Ticiano Castoldi

"Light up the darkness" – Quinta-feira, 26 de Fevereiro de 2009


Mais um daqueles surtos de imaginação que se tem olhando pro céu. xP

Já pararam pra ver o quanto a Lua faz diferença numa noite escura?

A maioria esmagadora dos povos da antiguidade cria que a Lua tinha luz própria, mas ela sempre testificou pela sombra nela projetada que sua luz não tem nada de sua.

Nem todos nós somos luz, mas se formos, sejamos como a Lua: iluminemos as trevas testificando sobre quem nos ilumina primeiro.

Ticiano Castoldi

Querido Vovô do Céu - Domingo, 15 de Fevereiro de 2009


  Não precisa passar um dia até que algo novo quebre a nossa cara e nos afete os ânimos. Por que somos assim?

  Começa-se um novo dia com a pretensão de se estar disposto às batalhas que ele pode oferecer, pois na verdade ao longo dessa curta vida cheguei à conclusão de que são elas que fazem tudo isso ter graça. Mas a cruel realidade é que quando uma de verdade se aproxima de nós num momento de despreparo, tendemos ao desânimo, murmuração e tudo aquilo que esse mundo e a nossa natureza idiota nos ensinaram.

Considerando o que conheço da Bíblia, Deus sempre foi um pai zeloso que ensinou seus filhos a viver e enfrentar seus desafios. É bem como disse Lewis em “O Problema do Sofrimento”: “O que desejamos, de fato, não é bem um pai no Céu, mas um avô no Céu – uma benevolência de gente ‘velha’ que, como se diz, ‘gosta de ver gente jovem se divertindo’”. Ter um avô no céu é bem conveniente, ele mima e nos quer ver confortáveis. E na verdade é isso que a maioria das pessoas quer e procura em Deus.
Má notícia! Esse Deus não existe - “graças a Deus” xP. Se acharmos que deveria ser assim, nossa visão sobre o que é “amor” anda bem desequilibrada. Deus é amor, e quem ama ensina, educa. Um pai de verdade quer que o filho cresça e se torne homem, mesmo que no trajeto sinta-se desconfortável, obviamente. Isso é amor! É importante que lembremos que benevolência e mimo nem sempre são provas de amor, mas da falta de zelo.

  Dei um estudo sobre isso há alguns dias numa reunião de equipe (no Acamp-Serra) pela manhã, durante a temporada de acampamentos. Bem, se eu quiser ser um bom cristão, tenho que viver o que prego. Seja feita a vontade de Deus, então! E que eu e você possamos ser gratos pelo que Ele tem feito, mesmo que pareça desagradável de imediato.

Deus, obrigado por mais essa! :]

Ticiano Castoldi

Mortos-Vivos - Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2009


  Eu estava pensando... Boa parte das pessoas que conheço não parece se preocupar com o fim da vida ou procura não pensar muito nisso. Talvez pensam viver num mundinho onde é realmente possível envelhecer sem aproximar-se do momento de enfim enfrentar a morte.
  O que me incomoda, na verdade, é a capacidade que pode ter uma pessoa de se conformar com a morte como fim de tudo. Sabe... E se existir mesmo uma espécie de “salvação”?
  O destino após a morte deveria ser a maior das preocupações e das buscas de qualquer ser humano que tenha algum escrúpulo. Ok, alguns diriam que essa pouca vida que temos seria desperdiçada se a investíssemos em algo irreal. Concordo. Mas e daí? Que diferença iria fazer nós termos aproveitado esses nossos poucos dias e feito o “raio que o parta” nesse bendito mundo? Nenhuma! Se passarmos ao “nada”, não teremos sequer memórias, o que torna indiferente ter vivido bem ou mal. Nenhuma recompensa haverá pra alguém que “curtiu a vida”. O que eu quero dizer, é que as memórias, boas ou ruins, nesse caso, não vão tornar a eternidade de alguém melhor ou pior, tampouco vão fazer alguma diferença (deu pra entender o raciocínio?). Só que essa é uma realidade difícil de engolir, obviamente desconfortável. Sem conhecer certas verdades, parar pra pensar na crua realidade que é a morte, não pode mesmo ser confortável e, garanto, não é um hábito dos céticos. Enfim, por que deixar de investir a vida em algo que pode salvá-la só por parecer incerto à primeira vista? Vai que dê certo?! =D
  Eu creio que vou viver bem melhor esses meus 22, 70, 80, 90, ou sei lá quantos anos, sabendo que não vou simplesmente sumir, perder as memórias e deixar esse meu corpo voltar a ser o pó que o formou. Como vou fazer pra isso ser verdade? Bem, eu tenho tudo pra crer que um certo cara chutou a bunda do próprio túmulo, e ele prometeu ensinar o truque.
  E deixando um pouco de lado o “curtir a vida” após a morte, é bem como Jesus disse acerca do que a precede: “Eu vim para que tenham vida, e vida em abundância”, e é isso que tenho visto acontecer na minha vida, mesmo investindo numa fase dela que não diz respeito ao agora. É por essas e outras que eu cada vez mais acredito que as pessoas não fazem mesmo idéia do que é “curtir a vida”. x]

Ticiano Castoldi

Saudações, mortais!



  Pois é. Há tempos eu estava querendo ressuscitar o blog. Há uns 2 meses até iniciei o processo, mas tinha que fazê-lo de novo, com um novo endereço, e travei na hora de escolher o nome. Aí deixei a idéia de lado, de novo.
Existem dois motivos para eu tê-lo feito agora:
  1 - Esses dias alguém me disse "vou fazer uma postagem pra ti", pensei: "Tchê! Eu tenho que reviver o meu, nem que seja pra retribuir umas dessas, qualquer dia".
  2 - Estou lendo o livro "O Problema do Sofrimento", de C. S. Lewis. Achei uma analogia tão interessante que transcrevi. Aí: "caraca, eu tenho que ter algum lugar onde por essas coisas... As pessoas tem que ler esses trecos legais". Pelos meus cálculos, será a quarta postagem a partir daqui, pois antes vou postar alguns textos antigos.

  É isso, gurizada! Pretendo fazer postagens decentes, não será só o diário de batalhas de um qualquer, ok?! xP