domingo, 13 de junho de 2010

O Nevoeiro


  A voz de Deus, o esperar em Deus... Depois de uma semana meio maluca me vi obrigado a pensar, pensar e pensar nesses assuntos e, depois de muito pensar, li algumas coisas (um estudo que havia passado no grupo de jovens da minha igreja no ano passado e uns pequenos trechos de livros) e conversei também sobre o assunto com meu melhor amigo entre os mortais (Jerônimo, pros íntimos). Dois ex-estudantes de teologia conversando... Isso deu pano pra manga! xP . Abaixo os frutos dessa conversa e de todas as divagações dentro e fora dela:

  Sempre fui do tipo que gosta bastante de falar com o Cara, mas não vou bancar o espiritual e dizer que sempre entendo bem as respostas que recebo. Ao longo dessa vida eu inegavelmente recebi respostas – se fosse um monólogo eu já teria desistido há tempos -, algumas até bem descaradas! O fato é que no decorrer dela percebi três respostas freqüentes (que só não servem a questões específicas demais): “sim”, “não” e algo como “segura as pontas, te falo quando for oportuno”.

  Eu sei, às vezes dizemos “não importa saber a forma exata de como as coisas funcionam com Deus, basta que confiemos”. Eu já disse isso, mas existem situações nas quais a resposta parece não vir ou ouvimos aquele “espere” por tempo demais, e nelas se daria tudo pra entender o esquema! Já dizia Lewis (tem mais Lewis que Ticiano nesse blog! xP): “Se você quer uma religião na qual se sinta confortável, essa religião não é o cristianismo”.

  É fácil esperar um bom tempo por uma direção, mas quando o tempo de aguardo é demasiado longo, a tendência é a inquietação. Isso é natural, e nessa inquietação vem o questionamento: Afinal, devo continuar esperando? Ou Deus espera que eu tome uma decisão e aja? O fato de aparentemente existirem exemplos dos dois casos na Bíblia dificulta as coisas quando se tem que optar por uma das alternativas. Já vi gente se quebrar tomando a decisão de agir, e me incluo na lista! Mas será que devemos permanecer estáticos?

  No meio de tudo isso já entra outra questão: sei que existem planos divinos que se concretizam independendo de quaisquer obstáculos. Sei mesmo! Mas será que é sempre assim? Obviamente Deus quer que tomemos decisões, mas ele nos induz a tomarmos as decisões certas? O fato de eu não crer que Deus seja entediado e carente de entretenimento a ponto de jogar “The Sims” conosco, inevitavelmente me leva a pensar: eu posso frustrar um plano de Deus na minha vida? Ok... Calvinistas e arminianos, “segurem as pontas”. O que no mínimo posso crer é que, a partir do ponto em que, dentro de nossa liberdade, escolhemos entregar a nossa vida a Cristo, ele nos guia em nossos caminhos. E a partir disso podemos ainda indagar: ele nos mostra o caminho para que o trilhemos (não omitindo assim o livre-arbítrio)? Ou com seu Mouse Divino guia através do seu Monitor Divino o cursor que nos induz a fazermos o que Ele decide? Não é uma crítica! Eu, podendo escolher, deixaria que Ele me controlasse! Em mais ninguém eu confiaria para que o fizesse, é até mais confortável pensar que é assim. Não vou me alongar mais nisso, poderia fazer uma postagem tratando apenas da questão do livre-arbítrio e da predestinação bem maior que esta (se uma delas fosse tão óbvia, não teríamos esses séculos de discussão inconclusiva). Mas não importa o que parece melhor, mais confortável, nem importa a minha opinião. A questão é: como funciona? O que fazer?

  Sem saber se somos livres pra tomar decisões que podem ou não frustrar as coisas e talvez jogar fora algo  talvez oferecido por Deus, fica difícil saber o que fazer. E nesse caso, quando parece vir uma resposta, como saber que é vinda da fonte certa e não dos nossos enganosos corações (Jr 17.9)?

  O texto é confuso, não? Eu tento sempre ser claro e objetivo no que publico, mas como fazer um texto claro com um assunto tão confuso? Assunto inconclusivo = Texto inconclusivo.

  Não vou terminar de forma tão caótica. :P

  O que vem a partir daqui independe de linhas teológicas, é inegável e seguro: na pior das hipóteses, quando entregamos nossa vida a Cristo, ele nos mostra, sim, o caminho. A voz de Deus se faz real e a calmaria pode chegar antes mesmo de findar a tempestade. O coração pode ser enganoso, mas quando ele estiver nas mãos de quem sabe manejá-lo, e não de nós mesmos, a paz que vier a ele se fará confiável, torna-se inclusive a bússola desses peregrinos chamados cristãos: "Seja paz de Cristo o árbitro em vosso coração” (Col. 3:15). Certo, e como sentir essa paz? Ouvindo a voz de Deus. Como ouvir a voz de Deus? Prestando a devida atenção. Como reconhecê-la? Com intimidade se reconhece a voz de alguém. Como ter intimidade? A regra é geral: quanto mais você fala com uma pessoa, mais íntimo dela você se torna, e com o tempo surgem laços que não são rompidos nem pela mais afiada das lâminas. Com Deus não é diferente! Fale com Ele, leia também o que ele já disse! “Tiro certo, bugio deitado”, como dizem na minha cidade! :]

  E é isso aí! Agora é se erguer e continuar a empreitada! >P

  “Quando a tempestade vem, tudo se transtorna [...] Quando a Tua presença vem, tudo se transforma” – Diante do Trono

Ticiano Castoldi

2 comentários:

  1. Sabe, se temos esse ímpeto de nos relacionarmos e não havendo outro ser como nós nessa Terra, certamente herdamos isso de Deus, somos a imagem dEle, não é? Então Ele é um Deus quer quer se relacionar conosco... E um relacionamento só pode existir se não formos meros robôs programados. Deus criou seres que pensam, que optam, que têm personalidade e Ele que se relacionar apenas com aqueles que desejam fazê-lo com Ele. É bem lógico. Nada de The Sims, de fato HAUHAUHAUA
    Muito bom!! Muitas coisas que tu escrever eu não tinha pensado antes. Obrigado!

    Prabéns!

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  2. "inevitavelmente me leva a pensar: eu posso frustrar um plano de Deus na minha vida?" Eu tô no teu time e me faço as mesmas perguntas, acho que isso até nos torna menos "robôs" como diz o comentário acima, afinal, pela Graça de Deus nossas conclusões sempre acabam em "o que Deus decidir pra mim é o melhor" independente do tamanho do gigante. Acho que isso é o nosso ponto de referencia, por isso não servimos imagens, por isso decidimos trilhar um caminho diferente, pelo gostinho bom que dá "desvendar" esses mistérios. Não que seja fácil, vale lembrar. O Texto tá confuso o suficiente pra ser bem compreendido. Parabéns Tici!

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