sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O Maníaco

(O Maníaco -G.K.Chesterton - Ortodoxia. Cap. II)
"A imaginação não gera insanidade. O que gera a insanidade é exatamente a razão. Os poetas não enlouquecem; mas os jogadores de xadrez, sim. [...] Como se verá, não estou aqui, em nenhum sentido, atacando a lógica: só afirmo que esse perigo está na lógica, não na imaginação.
[...]
O fato geral é simples. A poesia mantém a sanidade porque flutua facilmente num mar infinito; a razão procura atravessar o mar infinito, e assim torná-lo finito. O resultado disso é a exaustão mental, como a exaustão física do sr. Holbein.
[...]
O poeta apenas pede para pôr a cabeça nos céus. O lógico é que procura pôr os céus dentro de sua cabeça. E é a cabeça que se estilhaça.". 
G.K. Chesterton - Ortodoxia

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A Ágora Moderna

"Guerra é Paz; Liberdade é Escravidão; Ignorância é Força".
"Se você quer uma imagem do futuro, imagine uma bota prensando um rosto humano para sempre".
 
  "A televisão é a Ágora moderna", frase dita por Pedro Bial, que, como disse a Riciele (minha colega, créditos sejam dados) "quando ouvi, senti uma faca sendo enfiada no meu cérebro". hahah
  Então vamos falar sobre a mídia!

  Morre Osama Bin Laden, o "mestre do pique-esconde"! Grande notícia... Aí vejo um amigo escrever: "Os EUA invadiram o Iraque em busca de armas químicas e mataram Bin Laden! Sim, eu acredito na mídia! \o/".
  Beleza, eu entendo esse ponto de vista, mas é fato que a maioria das pessoas hoje tem a cosmovisão construída com base no que vê por uma tela. Aquilo não é o mundo! Imagens cheias de vetes, selecionadas... Como se pode ter por imparcial? Nem que se quisesse!
  Mas a mídia, ao menos a televisiva, em grande parte de si, é uma ferramenta de amansar ovelhas, e isso não é segredo pra qualquer que se preste a analisar um pouco as coisas.
  Ontem mesmo um conhecido veio me dizer que "a TV não influencia tanto assim". Pra responder basta que se olhe pros lados e se veja o que as novelas fazem com a população, o modo como grande parte das pessoas muda seu jeito de vestir, expressões no falar. Vai me dizer que essa "mentezinha" brasileira não é exatamente o estereótipo das novelas globais? Não, não é a TV retratando a realidade, é a TV a construindo, e isso é perigoso demais! Quem conhece a história desse órgão formador de opiniões deve saber que, por exemplo, a Globo é um plano norte-americano. Foi desde os fundamentos patrocinada pelo gurpo New Life. Qual é, de onde tu acha que saiu o nome "Globo" e aquele eterno chavão do "Aldeia Global"? Globalização, meus caros.
  Quem não conhece também a história da mídia no século XX? A forma como a liberdade de imprensa prejudicou os americanos na Guerra do Vietnã, e como por isso foi tão vetada na Guerra do Golfo e em todas as demais até os nossos dias (ou tu achas que as guerras do Afeganistão e Iraque foram tão tranqüilas, com apenas uns carrinhos explodindo de vez em quando, como fazem parecer?)? Quem desconhece a influência midiática no caminho à posse de Hitler? Vale também lembrar da utilização do cinema por Lênin e Trotsky, de influência inegável no molde da mentalidade da população, em prol da consolidação da União Soviética. A mídia é uma arma pra quem a sabe usar, e não pense que as mentes por trás do que nos chega às vistas são imparciais e tão ingênuas quanto a população.

  Sabe o que sobra entre nós? Fronemófobos (gente que tem medo de pensar), vitimas da mais grave de todas as epidemias, é até chato dizer. Mas sabe o que nos falta? Pôker! :P
  O pôker tem uma característica muito interessante: ele te faz captar, pensar, e especialmente te faz desconfiar e questionar. Nem preciso dizer, não leve o exemplo do blefe à vida real, isso só reforçaria a idéia de que uma pulga pode valer mais que tu. Mas seria pra lá de bom se o povo aprendesse a analisar as informações que passa o jogador do outro lado da mesa.
  Seguindo com esse exemplo do pôker, um bom jogador não tenta pôr a mente "um passo à frente" do pensamento estático, mas uns três!
  Diante de um expressão de satisfação do adversário:
Pensamento estático: ele tem boas cartas.
Um passo à frente: ele está blefando, não tem boas cartas.
Dois passos à frente: ele está fingindo um blefe. Pode ter boas cartas.
O terceiro passo aceita a improbabilidade de acerto, e por isso abre-se a alternativas, eliminando ao menos as chances de sofrer a manipulação de um blefe (nem vou me estender às fichas, fiz só pelo exemplo). Daí o fato de jogadores experientes taxarem na cara a tal de "pôker face" (cara de nada).

  Na bíblia há o conselho: "analisa a tudo, retém o que é bom". Analisar é bom, faz bem.
  Mesmo esse caso da morte do Bin, pode ser um exemplo. Ontem vi uns de peito inflado falando "eu não caio nessa, duvido que ele morreu! Os americanos não enganam mais!". É um assunto complicado, mas eu não consigo deixar de ver essa pulga atrás da orelha deixada pelos americanos (com veto de imprensa, sumiço do corpo, ausência total de provas) como intencional. Sabe quando a coisa fica estranha demais? Tão descarada que até deve ser intencional? Claro, o mistério pode ser pequeno. Uma foto demasiado forte poderia fomentar represálias de terroristas islâmicos reais, simpatizantes, e sabemos que existem. Mas é bom lembrar que estamos falando do país que enganou os alemães na Segunda-Guerra com tanques infláveis! xP
  Eles sabem forjar uma notícia, sabem se usar da imprensa. Podem não o ser em várias coisas, mas em construir imagens e conceitos, são versados! Se fizeram os fatos parecerem tão incertos, mesmo que de alguma forma "esclareçam" posteirormente (e eu vou ter vontade de ir atualizando o texto, mas não vou x] ), eu diria que a intencionalidade é ainda uma grande probabilidade.
  Não é um assunto tão importante, mas pra se ter uma idéia de como as nossas críticas opiniões podem ainda estar na poça em que os caras pisam, a afamada "Al Qaeda" provavelmente NUNCA EXISTIU até meados dos atentados (o que contradiz e questiona todo o fundamento do que nos é trazido até hoje)! Seria uma Construção do Pentágono, dizem, apoiada brutalmente pela mídia americana com aquela lavagem cerebral de "terror", "terror", "terror", "terror", "terrorismo", "terror", "terrorismo", "terrorismo", "terroristas",  "terror" em tudo, tudo! Talvez a justificativa para uma oportuna guerra. Leia um pouquinho sobre a implosão das torres do World Trade Center e tu vais embasbacar com as improbabilidades daquilo. Por fim, não se tem prova alguma da existência dessa "rede internacional de terror", antes dos fatos, em país algum, nem sequer nas áreas de domínio do Talibã. Nada! O único lugar onde se testificou a existência da organização foi na mídia norte-americana! E também, cá entre nós, o Bin, velho soldadinho bem pago da CIA, sempre trabalhou para os americanos, e de repente aparece fazendo coisa feia na década de 90, bem quando uma ocupação por fins econômicos começa a se fazer necessária à nação americana. Adeptos de outra vertente  acreditam que ele havia sido já encontrado no início da Guerra, e que o fato se teria ocultado para a continuidade da invasão. Uma foto mostrada agora  poderia ser da época, e a divulgação agora ocorreria em benefício do atual governo, que já subiu 11 pontos no índice de aprovação desde a notícia. É, as possibilidades são inúmeras. xP
  Mas vamos deixar de lado essa questão de EUA e Bin Laden, até porque as teorias aí expostas podem não passar de teorias furadas, mas veja que não custa analisar as coisas, e que nem sempre elas são necessariamente como parecem.
  Por que é importante pra nós desenvolvermos essa mania mental de pôker? Porque mesmo que a questão entre Bin e EUA não sejam um assunto, ao menos ainda, diretamente nosso, estamos no Brasil, um outro mestre no controle de massas.
  Independente de linhas ideológicas, convenhamos, uma boa análise do que mandam pra gente pode fazer uma grande diferença na forma como captamos o mundo ao nosso redor. Existem verdades óbvias, nem tudo é questionável (a mente aberta), mas tudo pode e deve, sim, ser no mínimo analisado e, conforme o possível, compreendido. É isso o que eu pretendia deixar nesse texto: pra reter o que é bom, pra formar uma opinião, pra fugir do que é incompleto e tendencioso, analise!

Abraço, gurizada! o/

terça-feira, 3 de maio de 2011

A Mente Aberta

   Mente aberta... Esta é quase sempre uma virtude (O Ortodoxo). Mas veja bem, nem tudo é questionável! Uma "mente aberta" do jeito errado pode causar um estrago imenso. Esse é o grande problema que tem assolado a cabeça dos moderninhos: a mente que se abriu ao mundo debaixo dos critérios errados.
  As pessoas agem como se a civilização do século XXI fosse a única, como se suas ideologias fossem inquestionáveis e sua forma de ver o mundo a mais correta. Sinceramente, quem garante? Um dia, diante de uma situação específica, alguém me disse: "Credo, tu vem de quando? Do século passado? Cruzes!". Ah, perdão! Eu esqueci que a mim qualquer bizarrice e falta de educação por parte dos outros deve parecer bonitinha, se não, não tô na moda. E outra: quem disse que o século passado era em todos os aspectos ideologicamente inferior? Só porque é o que te dizem, não quer dizer que o seja!
  O passado é quase sempre usado como sinônimo de opressão e de pensamento limitado, e o século XXI como sinônimo de uma nova era, a era da liberdade individual. Tchê! E quer que eu olhe e ache bonito ele ser usado como argumento pra libertinagem, também? Todo movimento gera um contra-movimento. Não sou só eu quem fala!
  Uma expressão que me dói nos ouvidos é essa do "não existe uma verdade, existem várias verdades". Não. Existe uma verdade acerca da qual surgem várias opiniões (ou teorias, tanto faz). Aquela velha história: o fato de uns acreditarem em Deus, outros em Buda, outros em Odin, outros no raio que o parta, não quer dizer que após a morte se vão encontrar todas as divindades pra fazer todas as pessoinhas felizes! Por lógica, ou se encontra algo específico, ou nada. Eu até entendo a intenção da frase, mas em última instância, ela está errada. O que idéias como essa tem gerado é um conformismo absurdo, onde nada pode ser apontado, nada pode ser combatido, tudo pode ser visto com olhos que transpassam o óbvio. E tudo o que antes se tinha por bom, se faz questionável.
  Existem atitudes que são inegavelmente saudáveis, existem princípios bem fundamentados que não sem motivo haviam sido estabelecidos (apesar de não todos, obviamente). Quando tudo se torna questionável, nós perdemos a noção de certo e errado, e tudo passa a se fazer lícito. Hoje ninguém pode simplesmente apontar um erro sem por alguém ser taxado preconceituoso ou prepotente!
  Um estuprador, coitadinho, teve uma vida difícil, tem traumas, sofreu bulling! Um pedófilo, coitadinho, não escolheu ter essa opção sexual, não faz por maldade! Acredite, eu me deparo seguidamente com argumentos semelhantes.
  As estatísticas apontam que de fato não dar muita trela pra esses questionamentos sem fundamento, em outros tempos mantinha as nossas mulheres e crianças mais seguras. Pra se ter uma idéia, a Bahia vem apresentando um crescimento anual assustador nos casos de estupro. Só de 2009 para 2010 houve um aumento de 31,6% (dados estatísticos CEDEP)! E o caso da Bahia não é isolado, o país inteiro vem sofrendo um aumento crítico das ocorrências do crime, inclusive em número de vítimas infantis.
  Quando princípios são banalizados, bons costumes abandonados e a moralidade vista como assunto sem prioridade, eu vejo profundamente essa "mente aberta" com a mesma conotação de um "cérebro exposto" por um traumatismo; uma “mente” aberta por uma pedrada. Ao menos se faz tão confiável e sóbria quanto. E essa pedrada ideológica é mais uma “dádiva” do nosso século.
  Num mundo sem consciência de limites, feito as crianças que estamos criando, o resultado natural é o caos, e parece que é o que deve ocorrer para que se retomem conceitos esquecidos.
  Não tenho em foco o vazio objetivo de defender o século passado, creio que tenha ficado claro. Mas é visível que características valiosas da sociedade vêm se perdendo, e eu creio que é no mínimo imprudente  a crença de que ter uma “mente aberta” implica em jogar fora tudo o que foi construído até aqui.

Leia mais sobre o assunto: "Antigamente, meus pequenos..." 07-12-2010.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Iguais perante a lei - Homofobia

Seus malditos irônicos...

  Hoje a OAB abriu processo contra Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar no argumento da dita "homofobia". É um tanto engraçado ver uma entidade  de tal alçada usando-se de uma de forma tão inconstitucional de nossa cartilha, e com uma ausência gritante de fundamentos. Não vim aqui chamar inconstitucional a proteção (racional, justa, coerente e democrática) ao homossexual, nem defender Bolsonaro, pois  não concordo com o extremismo de alguns dos seus posicionamentos, mas a situação é tão ridícula e há tanto se repete que eu me sinto impelido a exprimir em traços bem claros alguns argumentos.
  O objetivo deste texto não é combater o movimento homossexual, mas a sombra do que vem com as ainda interminadas tentativas da efetivação de leis no cunho da PL122, até porque os jogos judiciais já hoje usados em casos inconcebivelmente banais, mostram o que pode acarretar tal linha de projetos judiciais.

  Tenho colegas e conhecidos homossexuais, e sobre estes afamados trâmites legislativos que vem lhes dizendo respeito eu não tenho o mínimo receio em dizer: chega dessa palhaçada!
  Concordo em gênero, número e grau com o fato de que homossexuais não devem sofrer violência e discriminação perante a sociedade. Quando, porém, esse grupo passar a nutrir privilégios perante a lei, a justiça, imparcial que se diz, fará em si um paradoxo. Como a graduação que tenho em andamento não é "direito", não vou me ater a questões puramente legislativas, mas mais direcionadas às questões lógicas e éticas.

  O objetivo primordial é proteção ao homossexual, e até aí tudo bem. O problema aparece quando se faz condenável a discordância ideológica, completamente desprovida de violência. Mesmo ainda não a PL122 ou outra semelhante efetivada, os ataques por motivos completamente descabidos já se mostram bem presentes. Se eu disser que ser cristão ou ateu é um mau costume, é a minha mera opinião, e ninguém vai me processar por isso (apesar de sempre haverem brechas a serem exploradas na nossa legislação). Se, porém, eu fizer o mesmo comentário em relação à homossexualidade, a mídia me acerta uma "tijolada" e ainda corro o risco de ser preso por "homofobia" (palavra muito mal estruturada em significado para seus fins, inclusive), por apenas portar uma opinião, sem ferir um ser humano sequer.
  Quando vejo uma campanha com a frase "deixe sua religião" (uma campanha em favor do ateísmo), posso ofender-me, pois posso julgá-la um atrapalho a mim e à minha imagem perante a sociedade. Se um ateu ouve alguém citando o conhecido "Jesus, o único caminho", pode julgá-lo um desrespeito às suas ideologias, uma prepotência por parte dos critãos, que pode atrapalhar a sua situação perante a sociedade caso se propague. As frases do ateu e do cristão podem causar o mesmo efeito em um budista, mas nenhum deles vai sofrer um processo por isso. É opinião, é a bendita liberdade de expressão! Vamos agora sair do âmbito da religião: se eu disser "não concordo com homens que usam camisetas verdes" vou ser processado pelo Palmeiras ou o Juventude? Se eu disser que "Não concordo com mulheres que descolorem o cabelo", vou ser processado? "Ah, eu nasci com o cabelo castanho, mas por dentro ou sou uma loira oxigenada, então eu tiro a cor do cabelo". Beleza! Mas tu não vais me processar por isso, vai? Toca a vida, minha amiga! Ouvir uma crítica é um pequenino preço por se viver num país livre. Posso dizer o mesmo, e é um melhor exemplo, de alguém que se submete a cirurgias plásticas.
  Se um casal heterossexual está na mesma roda de conversa que eu e de repente se agarra aos amassos em minha frente, eu posso considerar e expressar que isso é "falta de educação" (e considero mesmo). Se o casal for homossexual, jaz aí um argumento pra me por atrás das grades. Isso não tem nada de imparcial e nada de ético. É uma tremenda injustiça.
  Parafraseando meu pai, "ninguém sofreu mais discriminação que os 'assembleianos', no Brasil". De fato eles sofreram, mas não buscaram brechas aqui e ali pra sustentarem suas lamúrias. Foram ofendidos, apanharam, foram discriminados, e hoje estão aí, firmes e fortes e exibindo grandes nomes em âmbito nacional, nas mais diversas áreas.

  Me adentrando mais no assunto da lei referente à "homofobia", já vi gente enfrentando problemas na justiça por dizer que homossexualidade "não é normal". Bolas, claro que não é! E isso não é nenhuma injúria! O que não fizer parte da maioria, não é o "normal".
  Um exemplo: o DNA humano possui "normalmente" dois cromossomos "21", uma pessoa que possuir três deles, terá a Síndrome de Down, mas aí a pessoa NÃO É NORMAL, só pelo fato de fugir à regra! E nenhum crime e nem problema existe unicamente no fato de alguém não ser "normal".
  Pra ser bem direto, vou parafrasear o Dr. Joseph Nocolosi, fundador e diretor da NARTH (Associação Nacional de Pesquisa e Terapia da Homossexualidade), membro da American Psychological Association, autor de vários livros e artigos científicos. Quando indagado em entrevista sobre se "a homossexualidade é normal", respondeu da seguinte forma:
  "Eu não acho que a homossexualidade seja normal. A população homossexual é em torno de 2%, 1,5%. Estatisticamente, portanto, não é 'normal' no sentido de que é generalizada. Além disso, não é normal nem natural em termos de design, quando falamos do direito natural, bem como o papel do corpo humano. Quando olhamos para o papel do corpo humano, a homossexualidade não é normal. É um sintoma de alguma doença. A normalidade é algo que desempenha um papel de acordo com o projeto real, esse é o conceito de direito natural - e, neste, homossexualidade em conta não pode ser normal, porque as anatomias de dois homens ou duas mulheres não são compatíveis".
  Eu posso dizer que ateísmo é mau costume (que não é o "normal", inclusive), que cristianismo é mau costume, que descolorir o cabelo é um mau costume, que mulheres tingirem o cabelo depois de certa idade é um mau costume (se eu achar triste as idosas não se orgulharem de seus cabelos brancos, um símbolo de experiência e sabedoria em tantas culturas... Pode ser a minha opinião, não?), que fazer cirurgias plásticas é um mau costume (por talvez crer que as pessoas deveriam aceitar a si mesmas como são... Pode ser também a minha opinião, não?), e posso sim dizer que homossexualidade é um mau costume se eu quiser, oras! Vivemos onde? Numa ditadura? Não? Livre pra me expressar eu devo ser, então.

  Filosofias baratas? Vamos voltar às ciências biologicas, então: não, a ciência não comprovou a homossexualidade natal. O Fantástico exibiu três linhas de um artigo imenso e pra variar fez a notícia parecer algo muito distante do que era. E mesmo que o caso fosse, é comprovado (isso sim) o fato de existir um campo no cérebro onde se incutem leis e regras morais naturais, função "instintiva" que serviria para o convívio social. Ali pode existir uma tendência natural nos seres humanos em geral que repele a homossexualidade como um obstáculo à reprodução da espécie - algo plenamente instintivo e natural, repito. Se o argumento das tendências homossexuais naturais servisse, qualquer um poderia usar o argumento das tendências naturais à repulsa à homossexualidade. Falo de questões ideológicas, não de violência, de forma alguma (em favor de violência eu não vou defender nenhum argumento aqui, se é que há algum)! Só estou tentando mostrar o fato de que até esse argumento seria inválido pra fazer valer desses projetos de lei, e o quanto são na verdade incompletos, imorais e corruptos.

  Não odeio homossexuais, odeio a estupidez dessa legislação que combate um erro com um erro maior.
  E assim findo esta indignada postagem.

Ticiano Castoldi

domingo, 27 de março de 2011

O Ortodoxo

Escrito em 18/12/2010
  Fui a Gramado no último fim de semana com o intuito de prestigiar a formatura dos alunos do Projeto A.T.O.S. 2010 e o casamento do meu velho amigo e ex-colega do mesmo curso, o P.J.. Estando em Gramado, fiz o que havia de mais previsível: fui passear no centro e bater umas fotos dos enfeites natalinos; andando pelo centro de Gramado, fiz o que havia de mais previsível: uma visita à livraria; estando na livraria, fiz o que havia de mais previsível: me dirigi à estante dos livros épicos, onde vi o mais novo exemplar advindo dos escritos de Tolkien: "A Lenda de Sigurd & Gudrún"; tendo avistado tal livro, fiz o que havia de mais previsível: comprei-o!
  Passado o fim de semana, ontem (segunda-feira), fui à Lajeado em virtude de uma programação que haveria com a gurizada do curso de história, mas fui bem antes do horário. Na falta de algo melhor, passei no shopping da cidade pra ver se havia algo de interessante pra se fazer por lá (não pense demais... Só há duas coisas interessantes em um sopping: cinema), e parecia não haver. Fui pra lá munido do livro, mas antes de iniciar a leitura, fiz o que havia de mais previsível: a outra coisa interessante em um shopping: uma visita à livraria. :P
  Lá vasculhei quase tudo, e vi uma cena irônica: "G. K. Chesterton - Ortodoxia" na sessão de livros espíritas (pra quem não entendeu o tamanho do equívoco, imagine As Crônicas de Gelo e Fogo numa sessão de livros de culinária ou qualquer coisa assim). Comprei-o só pra tira-lo de lá (claro que não)! É, e também porque sei quem é Chesterton.
  Meu objetivo era guardar no carro o livro e a maleta que levava comigo, e subir só com o "A Lenda de Sigurd & Gudrún" pra lê-lo nos bancos do segundo andar. Olhei, porém, aquele tão simpático livrinho de capa alaranjada e resolvi dar uma vasculhada nas primeiras linhas, só pra ter uma idéia, antes de subir. E o resultado (o que há de mais previsível), vocês já sabem: fiquei naquele carro e naquele estacionamento até a hora de ir embora.
  Ando lendo o livro teológico mais incrível em muito tempo. Nós costumamos ler Lewis, Lewis lia Chesterton, e eu venho entendendo o porquê.

  Somos tão apegados ao previsível, ao costumeiro, ao ortodoxo, que às vezes podemos perder coisas bastante interessantes por uma conveniência aparente. Quem me conhece descobriu os meus passos antes de eu os revelar: Gramado - centro - livraria - épicos - Tolkien - aquisição... :P
  Se por desnecessária determinação eu prezasse por seguir honradamente os planos estabelecidos, estaria lendo Tolkien, como de costume. Mas fugir do costume, me foi proveitoso, no fim das contas.
  Eu nem ia fazer esse ‘link’, mas se talvez o mundo cristão fosse menos apegado a costumes, eu não teria falado ontem com uma menina indignada, que saiu da igreja por justamente enxergar a falta de sentido no que alguns cristãos falam e fazem, e a alienação irracional em que às vezes vivem. Claro, eu tentei explicar que o cristianismo não consiste essencialmente naquilo, que na verdade não há mesmo sentido no cumprimento de uma cartilha de regras sem finalidades concretas e que nem é isso que o cristianismo propõe, que na verdade tudo nele está atrelado ao amor a Deus e aos homens, ao caráter, à transparência, à pureza. Ha princípios que são bem maiores que qualquer legislação, pois não são superficiais e nem carecem de um sentido, mas são fundamentais, claros, inegáveis, benéficos, puros... São até óbvios! A lei é que deve naturalmente estar atrelada e submetida a princípios, e não o contrário.
  Bom... Esse inusitado e imprevisível acontecimento, que foi a minha curta leitura de Chesterton, é que me permitiu clareza na hora de resolver o problema com a moça.
  Pra resumir, meus amigos, “A mente é como um guarda-chuva, funciona bem melhor quando está aberta”. (autoria questionável).

  É isso aí!
Fica a dica de leitura!
Que o Leão esteja com vocês! o/

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A Caixa do Esquecimento

  Se quiser barulho e diversão, vá pra um blog de humor. Se for seguir, só por hoje, use-se do silêncio, se não for pedir demais e tal. :P

  Eu aprendi algo ao longo dessa vida, que envolve virtude, mas nenhuma recompensa aparente: só vejo a real virude em alguém que sabe cumprir sua missão no silêncio. Mas pare pra pensar: sem os holofotes, quantos honrados sobrariam? Se o homem faz sua guerra e por ela se por ela dispõe-se a morrer sem sequer ser lembrado, aí eu creio que o faz por propósito, e não por fútil reconhecimento.
  Essas redes sociais me preenchem o tempo de ócio nessas férias, mas no primeiro dia de ingresso na última eu me deparei com uma interessante característica: virou hábito, virou rotina expor os sentimentos, os sofrimentos, os desejos... Cada mínimo detalhe, exposto por comentários simples, complicados, diretos e especialmente indiretos. De alguma forma, os outros tem que conhecer o que se passa o íntimo. Deve haver um conforto nisso, uma emulação que diz à mente que a pessoa não está sozinha ou algo parecido.
  Eu não chego a considerar um defeito e não tenho muito contra, tanto que tenho me divertido por lá, mas eu não tenho o hábito de pular de cabeça em algo sem no mínimo pensar no assunto. A rede social não é o ponto principal, mas foi o ponto de partida da divagação.
  Faça um esforço mental: eu queria que tu te imaginasses agora trancado em uma caixa de ferro, escura e silenciosa, enterrada no meio de um vasto campo. Ninguém sabe disso, e ninguém vai lembrar. Ninguém vai te ouvir falando do desespero que tu sentes, ninguém vai saber que tu te encontras nele. E a ninguém tu vais poder avisar. Tu, com tudo o que tu tiveres, toda a riqueza da tua mente, das tuas experiências, das lembranças de toda a tua vida ali, definhando, sem ninguém pra ouvir.
  Quantos suportariam o silêncio, a solidão? Ficou óbvio que não falo dessa concepção de solidão tida por alguns hoje, a de não ter um "namoradinho", por exemplo. Falo de uma solidão real! Existem um lado na vida, uma realidade profunda, da qual a maioria da foge, alienando a própria mente, pra ter uma vida frenética e fácil, pagando o preço de fazê-la fútil. Claro, conheço um bom número de criaturas que entendem bem do que eu tô falando. xP Nem todos se deixam alienar facilmente, graças a Deus!
  Quando eu era pequeno orava pra que Deus fizesse comigo a vontade Dele e me usasse, mesmo que ninguém ficasse sabendo. Acho que até uma criança é capaz de perceber a diferente honra que há em fazer algo sem esperar uma recompensa.
  Tu entrarias naquela caixa de ferro por algo que defende? Por um propósito? Por alguém? Pela tua fé? Se sim, a tua fé é real, e tu é certamente mais que um peso morto. Se sim, eu diria que tu tem algo dentro de ti capaz de mudar o mundo! Algo genuíno, verdadeiro, inquestionável! E aí, nesse caso, há recompensa! Uma tão completa e verdadeira quanto a tua motivação.
  Uma passagem Bíblica? Mateus 6.1-18. :P
  Uma novidade: Deus existe! E diga o que quiser, até naquela caixa, quando ser humano algum te visse, Ele estaria contigo, e observando atentamente. Mesmo que te afundassem no núcleo de um planeta fora do Sistema Solar, meu amigo, Ele ia estar lá! xD Em quem mais existe segurança real? Nada no mundo humano se compara a isso, nada é tão verdadeiro, tão completo.
  Não, nós não precisamos viver no silêncio. Somos luz, devemos iluminar. Nossa obras devem ser vistas! Mas não deixemos que problemas, o sistema, esse tão peculiar mundo atual, os obstáculos pelos quais passamos ou seja lá o que for, nos tornem fracos. Nós somos, a nosso modo, os guerreiros com a mais importante missão do mundo e da história. Não faz sentido algum abandonar a resistência e juntar-se ao resto do mundo! Não faz sentido algum!
  Ninguém deve fechar-se no silêncio, mas que cada cristão que se preze tome o cuidado de não perder a capacidade de lutar até mesmo no silêncio, de fazer o que deve, de fazer pelo próximo, de perdoar, de fazer valer a sua fé até mesmo quando nada no mundo parecer por isso oferecer uma recompensa. Nada no mundo... B]