domingo, 7 de novembro de 2010

O "Efeito Halo"


 Edward Thomas Bastos, um psicólogo americano, foi quem desenvolveu o termo, durante a Primeira Guerra Mundial.
  Sempre pensei nisso, levei em consideração e tentei fugir - às vezes sem sucesso - desse dito "efeito halo". O conceito é velho conhecido da maioria, mas não o termo, e assim era comigo também. Me deparei com um pequeno artigo em um blog (não me pergunte em qual, infelizmente esqueci - -) que falava dos 10 bugs mais comuns do nosso cérebro, sendo este um deles. Não vou explicar as questões neurológicas que desembocam no efeito, mas vou me usar de uma simples questão moral.
  O termo basicamente se refere ao ato de julgarmos uma pessoa por atitudes isoladas, sem o devido contexto. Por exemplo: um empregado chega atrasado ao trabalho três dias consecutivos. Para o patrão, ele passará a ser considerado um empregado preguiçoso, que não gosta de trabalhar, enfim, um mau funcionário. Podem existir mil motivos para os atrasos, mil argumentos plausíveis, mas pouco importa o contexto, a imagem está construída na mente do chefe que preferiu levar em consideração esses fatos isolados.
  Obviamente construímos nossa imagem através das atitudes, e jamais devemos usar um argumento como esse se de fato erramos. Bom, e não há muitas outras formas de se construir uma imagem de alguém que não pelas atitudes, pelo comportamento, eu concordo. Mas creio ser coerente que sejamos cuidadosos ao julgar alguém seguindo esses critérios.
  Já ouvi de autoridades minhas expressões como: "só aceite a repreensão, não precisa se justificar", ou aquele "explica mas não justifica" (eu ainda tô pra entender a diferença entre os dois, quando há, afinal, uma justificativa). Oras, e se há uma justificativa, por que raios eu não deveria ter o direito de expô-la? É fácil repreender alguém que está abaixo de ti, mas chato parar para ouvi-lo. É, porém, algo necessário, justo e, eu diria, ético dar o direito de exposição dos fatos, bem como é ético buscar de alguém essa explicação quando deste formamos uma imagem possivelmente denegrida.
  Mas não cabe apenas a hierarquias. É algo a ser levado em consideração em todos os âmbitos dos nosso relacionamentos. Talvez Deus nos ame mais que nós uns aos outros por ver a essência, o que há de bom, de positivo no homem, e esse nobre ato de buscar antes ver o valor que há no próximo, deve estar diretamente ligado ao "amar", segundo Cristo fala. Há pessoas cheias de defeitos ao meu redor, mas tento fazer o exercício de lembrar das suas virtudes, da mesma forma que decerto os que me querem bem suportam esse mundo de defeitos que trago comigo. Essas virtudes que podemos priorizar nos outros podem ser às vezes algo tão 'épico' que os defeitos tornam-se fáceis de engolir. xP
  Ver o lado bom das coisas, das pessoas, eu consideraria um bom conselho. Não julgá-las precipitadamente deveria ser lei, eu diria.

Ticiano Castoldi

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